A Conferência Episcopal brasileira (CNBB) tem me causado tristeza e consternação por transmitir ao público brasileiro uma imagem equivocada sobre vários temas, especialmente sobre política.
Nada disso é novidade, entretanto, o apoio àqueles que têm violado os mandamentos sagrados do Decálogo, principalmente "não roubarás", "não cobiçarás as coisas alheias" e "não levantarás falso testemunho", vem maculando os verdadeiros princípios da Igreja e afastando os fiéis dos templos.
Por isso, na condição de fiel, eu apresento uma matéria que traduz meu inconformismo e minha indignação:
"Alegrei-me nas últimas semanas com a CNBB, devido às tomadas públicas de posição contra o PNDH-3 do Governo Federal.
No entanto, como “esmola demais o santo desconfia”, fiquei sabendo de um texto escandaloso – publicado no site da Conferência – que praticamente desdiz tudo o que foi dito contra o programa antes.
Faço questão de transcrever a parte referente ao PNDH-3:
Polêmica sobre o 3º PNDH
Nesse cenário explica-se a celeuma em torno do III Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3).
Mesmo sem perder de vista os pontos controvertidos e a necessária crítica a alguns dos seus aspectos.
Principalmente no que diz respeito a reducionismos que consideram apenas algumas dimensões do ser humano, fruto da cultura relativista que atinge setores sociais e da mídia.
Entretanto, a maioria do PNDH-3 e dos temas nele contidos dialogam com a trajetória de muitos movimentos e pastorais que há décadas lutam pela implementação.
A atitude de diálogo manifestada pela CNBB em sua nota de janeiro abriu canais para a conversa com o Ministro Paulo Vanucchi, titular da Secretaria Especial de Direitos Humanos e contribuiu para o aprofundamento do debate para que se avance na efetivação dos direitos humanos já consagrados na história brasileira e com amplo consenso social, e a identificação de mecanismos de revisão dos temas sobre os quais é preciso haver maior debate e, quiçá, um arbitramento das diferenças existentes.
A má redação do texto é essa mesma.
E as más idéias subjacentes, idem: mesmo com todos os problemas – gravíssimos e inaceitáveis, absolutamente inegociáveis – que tem o Plano Nacional de Direitos Humanos, segundo a análise de conjuntura disponível no site da CNBB, “a maioria dele está de acordo com os movimentos e as pastorais”, “ele foi construído por meio de uma ampla participação social”, “é necessário debater para superar as diferenças existentes”, e outra infinidade de subterfúgios infernais, de tergiversações diabólicas, que pretendem relativizar a condenação firme a este Programa anti-católico – exigida por justiça a quem deseje permanecer católico.
Não exagero.
Não dá para ser católico e apoiar a instauração do Ateísmo como religião oficial do Estado ao mesmo tempo.
Não dá para ser católico e apoiar o aborto ao mesmo tempo.
Ora, todas essas coisas são expressamente defendidas pelo PNDH-3; logo, não dá para ser católico e apoiar este maldito programa ao mesmo tempo.
Esta análise de conjuntura, publicada no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, não é católica.
Mesmo não sendo um documento oficial e não contendo a assinatura da presidência ou do secretariado geral, não importa: é escandaloso que esteja publicado no site da Conferência, que contenha o logotipo da CNBB, que seja assinado por pessoas que pertencem à entidade.
O texto possui doze páginas das quais nada se aproveita.
E chega até a fazer uma propaganda política cretina, ao citar pesquisas de opinião segundo as quais a maior parte dos entrevistados considera o presidente Lula “confiável”, ao mesmo tempo em que apresenta Dilma como aquela que “representa a continuidade do Governo Lula, que prosseguirá com o modelo desenvolvimentista, com sensibilidade para a questão social” e, José Serra, encarnando “o retorno da política neoliberal anteriormente efetivada por Fernando Henrique Cardoso, dialogando com os interesses do empresariado nacional e do capital internacional”.
Francamente!
É esta a “análise de conjuntura” que os os bispos do Brasil têm a apresentar aos católicos brasileiros?
Uma defesa mal disfarçada do PNDH-3, propaganda política descarada a favor da candidata petista, omissões e lacunas imperdoáveis nos assuntos graves que merecem esclarecimentos, tudo isso escrito no intragável palavrório que ninguém suporta mais?
A CNBB vai mesmo endossar esta picaratagem?"
Fonte: Deuslovult
Íntegra do documento pode ser lida AQUI.
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