Dilma Rousseff não consegue decolar entre as eleitoras e amplifica a tradicional resistência do público feminino aos candidatos do PT.
Mas a resistência das mulheres ao partido é histórica, e não uma particularidade de Dilma, nem se deve ao fato dela ser mulher. Lula teve pior desempenho entre as eleitoras nas cinco vezes em que concorreu à Presidência.
Aliás, quem decidiu nas duas últimas eleições presidenciais jogar o Lula para o segundo turno foi o eleitorado feminino.
José Eustáquio Diniz Alves, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, tem dados que confirmam isso. E mais: suas pesquisas demonstram que cinco milhões de mulheres vão determinar quem vai presidir o Brasil a partir do ano que vem.
Em O Globo deste domingo, na matéria de Gilberto Scofield Jr. sobre a força do voto feminino, o professor vai além. Essas mulheres não são quaisquer mulheres. Elas são especialmente as "balzaquianas"! Quem diria? O termo criado para mulheres na faixa dos trinta anos, em referência ao romance do escritor francês Honoré de Balzac, atualizou-se entrando para a política.
A situação da candidata petista está complicada, pois "o eleitorado hoje é mais velho e mais feminino".
Por quê?
Em poucos anos, as mulheres dobraram sua força eleitoral, passando de 37 milhões, em outubro de 1998, para 70 milhões, em fevereiro de 2010.
O Tribunal Superior Eleitoral confirma essa maioria, com um detalhe: ela se caracteriza por ter mais escolaridade do que os homens. Ou seja, há mais eleitoras com nível superior, com segundo grau e com primeiro grau completos.
Porém, elas também são a maioria entre os analfabetos, nem por isso deixam de ter opinião própria e de serem românticas e sensíveis. Faz parte do universo feminino a atração pela gentileza, pelo sentimento que brota do fundo da alma e que transparece na palavra e no olhar, à atitude de quem cuida e se preocupa com seu bem estar.
Sabe-se que, por enquanto, José Serra está levando vantagem nessa disputa.
Uma das explicações pode ser a criação de importantes programas sociais no governo de São Paulo destinados às famílias, onde as mulheres e seus filhos são os principais beneficiados.
A família também é muito importante. Quem tem família, tem tudo. Mas não adianta só falar. Mostrar é que funciona. Mulheres gostam de ver para crer. E isso não falta ao Serra, seu álbum de família é um motivo de orgulho para o candidato.
Outro fator que deve ser considerado é que José Serra tem um histórico de afinidades com grandes mulheres e talvez isso possa contribuir para justificar a preferência feminina.
José Serra com sua esposa Mônica quando jovens (acima) e atualmente.Mónica coordenou o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, organização responsável por atividades sociais e filantrópicas em todo o estado.
Além disso, Mónica Serra é a fundadora das organizações não-governamentais Arte Sem Fronteiras (ASF), que visa à aproximação de produtores culturais e intelectuais latino-americanos, e do Instituto Se Toque, que combate o câncer de mama.
Ruth Cardoso, sua grande amiga e conselheira nas ações de governo.
José Serra e seus pais, Francesco e Serafina.No Chile, com a filha Verônica
José Serra e Marina Silva em Copenhague, na COP15.
Um elogiou o outro, um apoiou as propostas do outro
A cantora Madonna e José Serra se encontraram para conversar sobre projetos sociais.
A atleta Maurren Maggi prestigiou o lançamento do Programa “São Paulo Olímpico”. A iniciativa mais importante foi a assinatura do Decreto de Regulamentação da Lei de Incentivo ao Esporte com recursos do ICMS.A vice-ministra de Turismo da África do Sul, Thokozile Xaza, fez uma visita de cortesia ao então governador no Palácio dos Bandeirantes.
Uma ilustre amiga, Beatriz Seggal.
Seja qual for a razão para a preferência das mulheres à candidatura de José Serra, nestas próximas eleições, as mulheres serão disputadas como nunca foram antes na história deste país!
É dos carecas que elas gostam mais.
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