terça-feira, 6 de abril de 2010

O primeiro universitário de uma família de feirantes


O feirante Francisco Serra esperava que o filho único continuasse o negócio da família, vendendo abacaxis no Mercado Municipal de São Paulo. Mas o menino estudioso viria a ser o primeiro da família a conseguir um diploma. E foi além: concluiu mestrado e doutorado em economia. E tornou-se respeitado professor universitário.

Essa é das muitas revelações do livro O sonhador que faz do jornalista Teodomiro Braga. A partir de entrevistas realizadas em 2002, ele reconstitui a trajetória do jovem líder estudantil, presidente da União Nacional dos Estudantes, exilado político, deputado constituinte, senador, Ministro do Planejamento, Ministro da Saúde, Prefeito de São Paulo e, finalmente Governador, José Serra.

“Nasci pobre e vivi com pouquíssimo dinheiro até a idade adulta. Meu pai, Francesco, veio para o Brasil com trinta anos de idade. Fugiu da pobreza na Itália para tentar a sorte aqui. Não conheci meus avós paternos, que nunca saíram de lá. Meu avô materno, Steffano, veio da Itália para Buenos Aires, antes da Primeira Guerra Mundial. Minha avó Carmela era argentina, filha de italianos. Os dois se conheceram em Buenos Aires e vieram juntos para o Brasil. A Mooca, o grande bairro operário de São Paulo, foi o destino de todos eles.

Meu avô Steffano era analfabeto. Sustentou a família com uma banca de frutas no mercado municipal da Cantareira e com uma carroça puxada por um burrinho. Meu pai só aprendeu a ler quando fez o serviço militar. Também ganhou a vida vendendo frutas no mercado público. Sou, portanto, filho e neto de feirantes. O padrão de vida proletário era apertado, mas acima do que hoje se chama linha de pobreza.

Filho único, fui o primeiro da família a chegar à universidade”.

Fonte: http://www.amigosdoserra.com.br/filho-e-neto-de-feirantes?ctg=sonhador

2 comentários:

  1. A sensibilidade de José Serra se percebe quando ele entra em contato com a população para oferecer toda a ajuda necessária, principalmente nos momentos de tragédias, como aconteceu com o acidente do avião, que era um problema federal e o presidente nem enviou uma notinha de solidariedade.

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  2. É uma pena que as pessoas confundam simplicidade e timidez com antipatia. Colocaram esse rótulo, injustamente, no candidato Zé Serra porque sabem que não tem outro defeito na sua vida pública que possa prejudicar sua campanha. Mesmo assim, sua biografia é um exemplo de luta, esforço e superação.
    Muito diferente de quem é escolhido e carregado no colo pela imprensa, pelos intelectuais, pelas igrejas, pelos banqueiros, pela elite empresarial, ........

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