A proclamação da morte de Deus e das religiões retorna de tempos em tempos. Como também retorna de tempos em tempos a afirmação de que as crenças são perigosas, tanto para o equilíbrio pessoal, quanto para o equilíbrio religioso.
No contexto do Brasil vários episódios ocorridos ultimamente serviram de pretexto para, em outras palavras, serem ressuscitados fantasmas antigos. Confundem-se eventuais declarações ou ações infelizes de algum personagem ligado à alguma religião para tirar conclusões de cunho abrangente, quanto não totalizante. E na esteira desses epsiódios se aproveita para proclamar que “a Igreja está perdendo” espaço.
Ao lado disso, porém, é preciso ser cego para não perceber que existe outra leitura não só legítima, como imposta pela verdade dos fatos. Em primeiro lugar, em que pese o fanatismo injustificável de alguns grupos religiosos, é preciso não esquecer que eles representam uma parcela mínima de uma multidão incalculável de pessoas que crêem e guiam suas vidas por suas crenças.
Há outro fato ainda que não pode passar desapercebido para quem está atento a uma série de publicações recentes que tanto ressaltam o fenômeno religioso, quanto a força salutar do que denominamos de oração. Essa força é antes de tudo representada pela grande aceitação de uma série de livros que de uma forma ou de outra carregam consigo as marcas de uma espiritualidade de cunho oriental. Não menor aceitação têm livros que levam títulos como “A caminho”, Experiência transformadora da meditação; “Caminhos para a paz interior”; “Entre meditação e psicoterapia”.
Especial atenção chama a conexão entre reurologia, psicoterapia, meditação e oração. Evidentemente que não vem ao caso procurar pelo “gene de Deus” ou tentar estabelecer uma relação direta entre fenômenos religiosos e certas regiões do cérebro, através de uma espécie de “capacete de Deus”, que estimularia os sentimentos religiosos, e vice-versa, sentimentos religiosos influenciariam sobre o equilíbrio psíquico.
Uma coisa é certa: desde que não se confunda oração com a simples repetição de palavras mágicas, ou meditação com uma espécie de transe, não há dúvida de que todas as grandes figuras que marcaram espiritualmente a história da humanidade foram homens e mulheres dados à meditação e à oração.
Meditação e oração podem ser facilidades por certas posturas corporais e mormente pela criação de um ambiente de recolhimento. Só que ambas vão além do ambiente: são uma espécie de mergulho no mais profundo do próprio ser, lá onde ele se encontra com o Criador. Nesse sentido não há dúvida de que aquilo que todas as religiões pressupõem, oração e meditação verdadeiras carregam consigo uma força terapêutica ímpar, pois ainda que nem sempre restituam a vida aos mortos, elas fazem viver mais intensamente até aqueles que se preparam para o Grande Encontro.
Fonte: http://www.antoniomoser.com/site/
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