sábado, 22 de maio de 2010

Carisma, atraso e poder

Carisma, palavra grega que expressa o fascínio de uma personalidade sobre as demais, incrustou-se na religião e na política.
Numa, é tratada como dom divino; na outra, como atributo de poder.
Numa, faz sentido; na outra, faz estragos.

Tornou-se, porém, praxe avaliar a qualidade de um candidato a partir de seu encantamento pessoal, não de seu conteúdo.
Não ser carismático é um defeito.
No entanto, a história está cheia de carismáticos que operaram tragédias.
Hitler, carismático, destruiu a Alemanha.
Konrad Adenauer, desprovido do dom, reconstruiu-a.

Jânio Quadros e Fernando Collor deixaram um rastro de crises em sua passagem pelo poder, ao qual ascenderam via carisma.
Tancredo Neves, sem qualquer carisma, operou a redemocratização.

Quanto mais atrasada ou problemática uma sociedade, mais o fator carisma há de pesar.
O carisma leva o eleitor a votar com a emoção, não com o bom senso, deixando de lado fatores fundamentais como coerência de atos e propostas.

Não é casual que quase todos os ditadores sejam carismáticos.
Vivem do mito que constroem e governam por meio dele.
O resultado não costuma ser bom.

Carisma e demagogia formam uma dupla predadora na política.

Costumam ser indissociáveis.
Um dos truques mais comuns que operam é provocar a bílis do eleitor.
Denunciam a trapaça para capitalizar a indignação coletiva, a mais elementar forma de trapaça, e põem em cena os instintos mais primitivos.

Não apenas os políticos, mas a própria mídia age freqüentemente dessa forma: critica o jogo político para melhor situar-se dentro dele.
Na América Latina dos nossos dias, é uma tendência em curso.
Basta ver Hugo Chavez, na Venezuela, além do eterno Fidel, em Cuba.
Personificam a indignação popular denunciando trapaças políticas (reais e fictícias), mas não pretendem eliminá-las – senão monopolizá-las.

Na religião, carisma evoca santidade; na política, costuma ser o contrário.
Rezemos para que os carismáticos fiquem nos templos.


Ruy Fabiano é jornalista
Artigo na íntegra: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

5 comentários:

  1. O TRABALHO DE FORMIGUINHA

    Somos um grupo de seis amigos. Resolvemos que cada um tem uma cota mínima de 100 pessoas para informar sobre os candidatos as eleições de 2010. Eu já consegui conversar com 120 e convencer 85. Para isso imprimi em duas folhas, textos que mostram a ficha de terrorista da Dilma (com fotos), do lula e do Serra. São prestadores de serviços (eletricistas, bombeiros, pedreiros, pintores e vizinhos). Outro amigo já dobrou sua cota. Até setembro avaliaremos qual o nosso grau de eficiência sobre esse trabalho. Estamos perplexos com o nível de desinformação dessas pessoas, mas se mostram receptivos quando argumentamos com solidez em relação a itens como Saúde, Segurança, Educação, Salário, etc.

    Família e parentes dizem que não votarão na Dilma. Nossa faxineira e o entregador de água já disseram que votarão no Serra. Vai minha sugestão para que amigos do blog também atuem concretamente para tirar os parasitas do poder.

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  2. O presidente da república pode desviar recursos financeiros do país para investir em países governados por ditadores sem passar pelas instituições de controle existentes e pelos outros poderes da Republica? Esses recursos não são necessários a outras áreas como a educação, a saúde, os aposentados e obras essenciais de infraestrutura? Quem pode informar? A quem recorrer?

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  4. Caro Luiz Gonzaga

    Parabéns pela iniciativa.
    São muitos os movimentos na Internet, mas é necessário alastrar esse tipo de informação, abafada pela midia, porque esses poderosos que comandam o país vão transformar nosso país num mar de lama.
    E muita gente aceita isso tudo, mesmo sabendo que muitas dessas ações são injustas ou criminosas, porque o que interessa é receber parte do bolo.
    Alguns se contentam com migalhas, mesmo sabendo que não fizeram jus ao que recebem e que esse dinheiro é tirado do suor de quem trabalha.
    Outros, como banqueiros, grandes empresários e responsáveis por instituições importantes, calam-se porque só o que interessa é o quanto vão levar.
    E nós que pagamos essa conta absurda precisamos ficar unidos nesse momento e organizar movimentos conscientes e responsáveis.
    Por enquanto não podemos recorrer a ninguém porque a maioria se vendeu.
    Por isso não querem apoiar José Serra, pois sabem que ele vai acabar com a corrupção dos poderosos para investir em benefícios para a população, como fez em São Paulo em tão pouco tempo e tão poucos recursos.
    Vamos em frente, com fé e coragem.

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  5. Você está certa Rose. Vamos agir!

    O TRABALHO DE FORMIGUINHA

    Somos um grupo de seis amigos. Resolvemos que cada um tem uma cota mínima de 100 pessoas para informar sobre os candidatos as eleições de 2010. Eu já consegui conversar com 120 e convencer 85. Para isso imprimi em duas folhas, textos que mostram a ficha de terrorista da Dilma (com fotos), do lula e do Serra. São prestadores de serviços (eletricistas, bombeiros, pedreiros, pintores e vizinhos). Outro amigo já dobrou sua cota. Até setembro avaliaremos qual o nosso grau de eficiência sobre esse trabalho. Estamos perplexos com o nível de desinformação dessas pessoas, mas se mostram receptivos quando argumentamos com solidez em relação a itens como Saúde, Segurança, Educação, Salário, etc.

    Família e parentes dizem que não votarão na Dilma. Nossa faxineira e o entregador de água já disseram que votarão no Serra. Vai minha sugestão para que amigos do blog também atuem concretamente para tirar os parasitas do poder.

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