segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dívida dispara no governo Lula

Assim que tomou posse em janeiro de 2003, o presidente Lula celebrizou a expressão "herança maldita" numa clara referência ao tamanho da dívida pública.
Pois, a se confirmarem as previsões do Tesouro Nacional Lula repetirá a maldição do antecessor.
Entregará um débito muito maior do que o que recebeu.

"A dívida pública será, sim, uma herança muito ruim a ser herdada pelo próximo presidente da República. Ainda que, a curto prazo, não se dê tanta importância ao assunto, esse endividamento comprometerá a capacidade futura de crescimento do país", disse o economista-chefe do Banco WestLB, Roberto Padovani.

O que está chamando a atenção do mercado é a velocidade com que os débitos vêm crescendo.

Na avaliação da economista Vitória Saddi, professora do Véris Instituto, é inaceitável que a dívida pública continue aumentando acima do PIB.
"Essa velocidade é preocupante, pois pode tornar o endividamento insustentável", afirmou.

E EU COM ISSO?

O endividamento crônico do setor público é um grande entrave para o crescimento. Para conseguir quitar os juros da dívida, o governo será obrigado a manter a carga tributária elevada.
Ou seja, ao continuarem pagando pesados impostos, as empresas ficarão com menos recursos em caixa para tocar importantes investimentos, que sempre resultam em mais empregos.
O problema fica maior porque o Estado também não terá condições de ampliar os desembolsos para a melhoria da educação, saúde, segurança pública e transportes.
Mesmo que continue sugando o caixa das empresas e o salário dos trabalhadores com tributos exagerados, terá que destinar mais e mais recursos para os seus credores.
Mas não é só: com a dívida crescente e a dependência do mercado, o governo terá que aceitar pagar juros cada vez maiores aos compradores de seus títulos.
Isso significa dizer que haverá limites para que o Banco Central reduza a taxa básica (Selic).
E, com a Selic emperrada, o crédito continuará caro.

Combinação perversa

Quem acompanha com lupa o endividamento do governo alerta: em 2010 haverá uma combinação perversa: débitos crescentes e juros em alta.

O foco não deve ficar restrito à dívida pública federal.
É preciso olhar para a dívida bruta (total), que fechou 2009 acima de R$ 2 trilhões, o correspondente a 68% do Produto Interno Bruto (PIB).

O incômodo com o perfil gastador e devedor do governo provocou uma queda de braço com os investidores no fim de 2009.
Eles passaram a exigir juros maiores (prêmios) para comprar títulos públicos.
Com o intuito de evitar tal confronto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, só falta assinar um compromisso em cartório com a garantia de que cumprirá a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros) de 3,3% do PIB este ano.
E nós pagamos a conta.

Fonte: Correio Braziliense
http://noticias.mfrural.com.br/noticia-agricola.aspx?titulo=Deiacute;vida-interna-dispara-no-governo-Lula&cod=15925

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