Será que foi para fazer esse tipo de jogo sujo que os marqueteiros norte-americanos foram contratados para a campanha petista?
DEU EM O GLOBO
Baixarias
De Merval Pereira:
A campanha presidencial brasileira está atingindo graus de baixeza política que se costuma criticar nas eleições americanas.
Por lá, é habitual na época da eleição surgirem livros escandalosos com supostas revelações contra os candidatos.
Agora, sabe-se que a campanha da candidata oficial Dilma Rousseff tentou contratar ex-agentes de informação para montar dossiês contra o candidato do PSDB, José Serra, e parentes dele, além de grampos telefônicos, o que introduz na disputa eleitoral um tom acima de ilegalidade.
Junto a tudo isso, anuncia-se em press releases escandalosos distribuídos como propaganda política um livro de um jornalista investigativo que supostamente revelaria os bastidores das privatizações.
Nas campanhas eleitorais americanas, episódios semelhantes ficaram tristemente famosos, como o filmete de propaganda eleitoral dos veteranos de guerra do Vietnã acusando o candidato democrata de 2004 John Kerry de não merecer as medalhas e honrarias por bravura que recebeu.
Outros candidatos a presidente também foram alvos de campanhas difamatórias, como o próprio George W. Bush e Bill Clinton, mas os dois foram reeleitos.
Aqui no Brasil, o PT estaria inaugurando uma nova estratégia eleitoral ao abrigar no comitê eleitoral de sua candidata o jornalista que lançará seu livro em plena campanha, com acusações contra Serra.
As explicações dadas até agora pela direção do PT sobre a participação do comitê eleitoral na produção de dossiês contra o candidato tucano não passam de tentativas vãs de escapar da acusação central: por que o jornalista Luiz Lanzetta, principal responsável pela montagem da assessoria de imprensa do comitê eleitoral da candidata oficial, reuniria-se com dois ex-agentes de órgãos de informação?
Se foi ele quem convidou os arapongas, ou se foi contatado por eles, não faz a menor diferença.
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