Os últimos números reafirmam nossa profunda dependência do exterior.
Está passando quase despercebido o crescimento do deficit em transações correntes do balanço de pagamentos.
Em resumo, o saldo da balança comercial não vem sendo suficiente para compensar as maciças remessas de lucros e dividendos.
A relativa tranquilidade nasce de dois vetores: as reservas cambiais e a captação de investimentos vindos do exterior.
Ou seja, a economia brasileira resiste também porque continua escancarada aos fluxos globais do capital, e assim o país vai se financiando.
Não deixa de ser irônico que aconteça sob um governo do PT.
Sempre é útil, entretanto, registrar que enquanto Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e entourage batem dia sim outro também na tecla do “fim da dependência”, nunca antes na história deste país estivemos tão dependentes do dinheiro vindo de fora.
Lula adora repetir, e cada vez mais, o quanto não dependemos agora do Fundo Monetário Internacional.
Mas o presidente não conta a história toda.
Deixa de dizer que passamos a depender de um dinheiro muito mais caro, o dinheiro que vem para cá atrás das nossas obesas taxas de juros e, num grau menor, das gordurosas margens.
O faz de conta está mesmo com tudo.
Ironias à parte, os últimos números reafirmam mesmo nossa profunda dependência do exterior.
E por que permanecemos atrelados ao nosso roteiro tradicional?
Porque continuamos incapazes de gerar a poupança necessária para sustentar nosso consumo e, ao mesmo tempo, nossas necessidades de investimento.
Somos um Estados Unidos em escala reduzida.
No que eles têm de pior.
No vício de viver do dinheiro e do trabalho alheios.
Na cultura do esbanjamento.
A diferença é que eles ainda podem, por enquanto, imprimir a moeda mundial.
Nós não.
Infelizmente, na rubrica dos recursos orçamentários para investimento ou na taxa de poupança não se registrou neste governo evolução significativa em relação ao anterior.
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