Toda campanha eleitoral desperta paixões, gera futricas, intrigas e comportamentos irracionais que não raro se assemelham ao fundamentalismo xiita.
Até aí, tudo bem.
Sempre foi assim, com maior ou menor grau de contundência das partes e de suas torcidas.
Mas nunca antes neste país se viu uma campanha como esta.
Desta vez, vale tudo.
E, assim sendo, o país, suas instituições, sua Constituição e suas leis de nada valem.
Em apenas 10 dias de campanha oficial – sem contar, portanto, os crimes já cometidos até o dia 6 de julho –os abusos se multiplicaram com requinte e velocidade inimaginável.
O volume e a natureza das imoralidades são de tal tamanho que assustam: confirmação de quebra de sigilo fiscal de adversários, cartilhas pró-Dilma feitas com recursos públicos e fartamente distribuídas, e até uma Kombi a serviço da Prefeitura do Rio carregando material de campanha do PT, flagrada no dia do primeiro grande comício da candidata Dilma Rousseff, na Cinelândia.
Isso sem falar do hors-concours presidente Lula, líder absoluto do ranking não só quantitativo, mas também qualitativo das contravenções eleitorais.
Como não bastasse, Lula ainda faz chacota de suas punições.
Deu de ombros para as seis multas que já lhe foram cravadas e demonstrou que pouco se importa com a que virá pela citação que fez de sua pupila no evento de lançamento do edital do trem-bala.
Tanto que voltou a propagandear o nome de Dilma ao fingir estar se desculpando da menção do dia anterior.
E o fez, sem qualquer pudor ou rubor, na presença do presidente do TSE, Ricardo Lewandowski.
Este também não mudou a expressão nem a cor da face.
Mary Zaidan é jornalista
Íntegra: blog do Noblat
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