Aposta a impunidade – A enrolação da Receita Federal
Por Leandro Colon, no Estadão:
Depois de anunciar, na sexta-feira, que tinha “indícios de um suposto balcão de compra e venda de informações ”e” pagamento de propina” na delegacia de Mauá (SP), a Receita Federal excluiu essa versão do relatório entregue ontem ao Ministério Público como indiciamento de duas funcionárias investigadas por violar o sigilo fiscal de quatro tucanos.
O Estado teve acesso ao documento e as palavras “propina”, “venda”, “balcão”, “encomenda” não aparecem na representação criminal sobre o acesso ilegal aos dados.
O conteúdo da representação contradiz o discurso que a direção da Receita adotou na sexta-feira.
O secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, e o corregedor-geral, Antonio Carlos Costa D’ Avila, afirmaram, numa entrevista coletiva convocada às pressas, que a investigação interna descobriu indícios de esquema de venda de dados fiscais mediante, segundo palavras deles, “encomenda externa” e “pagamento de propina”.
A decisão do governo de indiciar as servidoras e divulgar uma versão de crime comum ocorreu após uma operação política do Palácio do Planalto na quinta-feira à noite.
A estratégia era tentar despolitizar a violação fiscal dos tucanos e desvinculá-la da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT), para onde foi parar boa parte dessas informações dentro de um dossiê contra adversários.
Essa posição da Receita também contraria a condução do inquérito da Polícia Federal sobre o caso.
Pelos depoimentos colhidos até agora, que apontam para um interesse político na violação das informações fiscais, a PF mantéma investigação que pode chegar à campanha petista.
Leiam aqui.
(A versão da Dilma não funcionou.
Foi simplesmente uma quebra de sigilo, com o objetivo de montar um Dossiê contra Serra, por parte de membros da campanha da candidata petista.
O resto é cortina de fumaça, que funciona neste país que virou uma Tijuana sem lei. Além disso, ontem, o tucano Eduardo Jorge descobriu que a Receita Federal, desacatando ordem judicial, escondeu 13 volumes da investigação, não permitindo o acesso às informações.
Isso é coisa de bandido.
O EDITOR)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário