terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Farsa - como permitem isso?

A fabulosa farsa de “Lula, o maior criador de universidades do mundo”.
Ou: desmonto com números essa mentira.
Ou ainda: a ignorância é mais veloz que a luz

Títulos da matéria do jornalista Reinaldo Azevedo ao contestar os “absolutistas”, que só podem existir como tal recorrendo à mentira.

"A Educação, no governo Lula, é uma das áreas em que se andou para trás", referindo-se a um discurso que Lula fez hoje em Dourados, no Mato Grosso do Sul.
E continua:

Falando a uma platéia de quase dois mil estudantes, o presidente afirmou que, no dia 31 de dezembro, último dia de seu mandato, será o homem “mais feliz do mundo”. E emendou, naquele seu doce e habitual obscurantismo: “Eu vou olhar para mim e dizer que não tenho curso superior, mas fui o presidente que mais abriu universidade no Brasil.” Lula estava na cidade para inaugurar quatro prédios da Universidade Federal de Dourados.

Muito bem! Isso é o que Lula diz. Agora há os fatos — e o que segue abaixo é elaborado com dados do próprio Ministério da Educação.

1 - Lula afirma por aí ter criado 13 universidades federais.
É mentira!
Com boa vontade, pode-se afirmar que criou apenas seis; com rigor, quatro.
Por quê?
A maioria das instituições que ele chama “novas universidades” nasceu de meros rearranjos de instituições, marcados por desmembramentos e fusões.
Algumas universidades “criadas” ainda estão no papel.
E isso, que é um fato, está espelhado nos números, que são do Ministério da Educação;

2 - Poucos sabem, certa imprensa não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 - seis anos de mandato de Lula;

3 - Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008);

4 - Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%;

5 - Sabem o que cresceu para valer no governo Lula?
As vagas ociosas em razão de um planejamento porco.
Eu provo: em 2003, as federais tiveram 84.341 formandos; em 2008, 84.036;

6 - O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008.
As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008;

7 - Sim, há mesmo a preocupação de exibir números gordos.
Isso faz com que a expansão das federais, dada como se vê acima, se faça à matroca.
Erguem-se escolas sem preocupação com a qualidade e as condições de funcionamento, o que leva os estudantes a desistir do curso.
A Universidade Federal do ABC perdeu 42% dos alunos entre 2006 e 2009.

8 - Também cresceu espetacularmente no governo Lula a máquina “companheira”.
Eram 62 mil os professores das federais em 2008 - 35% a mais do que em 2002.
O número de alunos cresceu apenas 21% no período;

9 - No governo FHC, a relação aluno por docente passou de 8,2 para 11,9 em 2003.
No governo Lula, caiu para 10,4 (2008).
É uma relação escandalosa!
Nas melhores universidades americanas, a relação é de, no mínimo, 16 alunos por professor.
ula transformou as universidades federais numa máquina de empreguismo.

A menos que o Ministério da Educação corra para maquiar os números, a verdade é essa que segue acima, não o que disse Lula em seu discurso.

“O Lula é um usurpador de obras passadas e futuras; toma para si o que outros fizeram e também o que outros ainda farão depois dele; algumas das suas universidades estão apenas no papel e ainda têm de ser criadas”.

Obscurantista
Muito bem!
A farsa histórica está desmontada.
Encerro comentando a undécima fala em que Lula faz a apologia da ignorância.
Jactando-se de ser o maior criador de universidades do mundo — o que, sabemos, é mentira! —, orgulha-se de não ter curso superior, anunciando ao mundo a irrelevância não de um diploma, mas do estudo.
É evidente que Lula, ao tentar destacar o que seria uma contradição — o não-universitário que cria universidades — , acaba estabelecendo uma relação de causa e efeito: porque ignorante, decidiu investir nas luzes.
Logo, as luzes se transformam num apanágio da ignorância.

O efeito prático disso é que a ignorância se propaga já que, infelizmente, se move numa velocidade superior à da luz.

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