Ambigüidade de Marina sobre aborto faz líder evangélico optar por Serra
Por Bernardo Mellor Franco e Catia Seabra, na Folha:
A seis dias da eleição, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, acusou ontem a presidenciável Marina Silva (PV) de “dissimular” suas ideias sobre a liberação do aborto e da maconha e anunciou apoio a José Serra (PSDB).
Ele era o principal líder evangélico a declarar voto na candidata, que é fiel da Assembleia de Deus.
A mudança foi comemorada pelos tucanos, que contam com discursos a favor de Serra nos programas de TV do pastor.
Malafaia havia anunciado apoio a Marina na sexta-feira, pelo Twitter.
Em carta enviada ontem a fiéis, ele a chamou de “pessoa que se diz cristã” e a condenou por defender um plebiscito sobre os dois temas polêmicos.
“O que que esta mulher tem a falar sobre plebiscito?
Desce do muro, minha filha!
O cristão tem que dizer a que veio, senão boto chumbo na hora”, disse o pastor à Folha.
Ainda na carta, Malafaia disse que “faltaram convicção e firmeza em suas declarações, uma vez que o cristão tem de mostrar a cara posicionando-se de forma categórica contra o pecado”.
A carta foi concluída com um ataque ao PT: “Infelizmente, Marina não nega suas raízes petistas.”
A deserção surpreendeu Marina e sua equipe, que foi informada da carta pela Folha.
Os verdes ainda festejavam a adesão do pastor.
Em nota, a campanha se disse surpresa: “Por se tratar de um líder religioso bem informado, causou estanhamento a revisão de seu apoio três dias depois, com objeções a posicionamentos defendidos exaustivamente por Marina desde o lançamento da candidatura.”
A senadora prega a realização dos plebiscitos sobre aborto e maconha desde o início do ano.
O pastor Sóstenes Cavalcante, ligado a Malafaia, alegou que ele não sabia e decidiu mudar o voto ao ouvi-la no debate da TV Record, domingo.
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