Todos vimos no Jornal Nacional a festança preparada “pelo povo” para Pedro Paulo Dias (PP), governador do Amapá, e Waldez Góes (PDT), ex-governador e candidato ao Senado, com apoio declarado de Lula.
Os dois foram presos há 10 dias pela Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal.
Esse, agora, é o padrão — e o Amapá, nesse caso, é Brasil.
Pilhado numa falcatrua, o sujeito — ou “sujeita” — não está nem aí, não liga e sobe em carro aberto para desfilar pelas ruas.
Acusa a tramóia do adversário, aponta uma grande conspiração, afirma que só está sendo vítima de vilanias porque é, na verdade, muito competente e combativo e fim de papo!
Não nos assustemos com o que se viu no Amapá.
Em Brasília, numa outra modalidade do Código Penal e infringindo outros artigos da Constituição, estamos assistindo à mesma coisa.
Ficará para a história o dia em que um secretário da Receita, como fez Otacílio Cartaxo, e o corregedor do órgão concederam uma entrevista coletiva para negar evidências que a própria investigação interna já havia encontrado: as invasões de sigilo tinham um claro viés político.
E tudo ficou por isso mesmo — e ficará.
A Casa Civil, coração do governo, havia se transformado num balcão de negócios.
E Erenice pergunta, brava, se achamos que seus filhos terão de depender sempre dela…
No Amapá ou em Brasília, a certeza da impunidade garante a continuidade do crime.
Fonte: blog do Reinaldo Azevedo
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