domingo, 12 de setembro de 2010

Traição e ingratidão sem limites

"Eu gostaria de lembrar de um episódio que poucos brasileiros se lembram, mas que eu participei ativamente como secretário da presidência da República e como pessoa de forte aproximação com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Quando Lula foi eleito no segundo turno, em 2002, uma das primeiras iniciativas do presidente FHC foi convocá-lo para uma reunião, propondo a criação de um grupo para processar a transição.
Isso foi um fato ímpar da história política do Brasil.
Um governo perde a eleição para o opositor e chama o seu opositor para a construção de um programa de governo.
Nós participamos da primeira reunião entre eles e lembro que FHC levantou para Lula duas questões: disse que ele não podia abandonar dois projetos fundamentais para a vida do Brasil.

O primeiro era o Plano Real.
Ele explicou que nós não chegamos no Plano Real apenas para instituirmos uma moeda, não foi só isso.
Se fosse só isso essa moeda estaria desacredita e desestabilizada.
Nós tivemos que fazer muita coisa para que essa moeda se tornasse consistente.
Nós tivemos que fazer uma Lei de Responsabilidade Fiscal a duras penas, que foi aprovada sem o voto do PT; tivemos que fazer a consolidação da dívida pública, que ampliou o endividamento do país porque a união trouxe para si todo o débito dos municípios, dos estados e das empresas públicas.
Nós tivemos que fazer e empreender um grande projeto de privatização das empresas deficitárias, contra também o interesse do PT.
Essas medidas permitiram a consolidação do Plano Real.

Essa foi a primeira proposta de FHC para Lula em 2002.
A segunda foi preservar a rede de proteção social.
Depois que se conversou sobre a rede de proteção social e Fernando Henrique disse a Lula que os recursos já estavam no Orçamento Geral da União e que já havia seis milhões de pessoas inscritas com o cartão da Caixa Econômica Federal devidamente cadastrado, se arquivou em caráter definitivo o Fome Zero porque surgiu o Bolsa Família que foi a consolidação dos programas de Fernando Henrique.

Presidente de honra do PSDB no Rio Grande do Norte, senador João Faustino (PSDB)
Entrevista à Tribuna do Norte.

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