Por Gabriel Manzano, no Estadão:
Do alto de seus 11,2 milhões de votos, novo recorde do Congresso, e tendo na mesa uma pequena imagem de Santo Expedito, o santo das causas impossíveis, o recém-eleito senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB) não esconde: seu primeiro ato no domingo à noite, ao saber da vitória, foi um telefonema ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Exibido em seu programa na TV, FHC saiu-se melhor, na briga paulista pelo Senado, do que o presidente Lula, que se engajou pessoalmente por Netinho de Paula (PC do B).
Líder nas pesquisas, Netinho acabou como terceiro colocado e não levou nada.
“Eu era um desconhecido e tinha de mostrar o ex-presidente para explicar ao eleitor a qual família eu pertencia”, justifica o novo campeão de votos do Senado.
Janeiro vai ser um divisor de águas.
O ex-ministro, ex-secretário e ex-deputado deixa um trabalho de gabinete, sempre próximo de quem decide - faz isso desde o início do governo FHC - e entra num Senado marcado por escândalos, atos secretos, abusos em gastos.
E define o grande desafio: “Precisamos resgatar a autoridade moral do Senado”.
Uma casa que “tem muito poder, que vem da Constituição, mas vem perdendo a autoridade, que vem do exemplo”.
Na qual terá de conviver com um enorme bloco oposicionista que soma 3/5 dos votos e pode passar emendas constitucionais.
Mas isto não o assusta.
“Quem dá o tom no Congresso é o presidente.”
Imaginando, é claro, que quem vai subir a rampa do Planalto é José Serra.
Vejam a entrevista ao Estadão aqui.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário