domingo, 24 de outubro de 2010

Luz Para Todos e dinheiro para poucos

O nome dele é cardeal, mas, para Dilma, ele é papa e é intocável.


Fernando Mello e Igor Paulin na VEJA desta semana:
*
O programa Luz para Todos é a versão petista do Luz no Campo, criado no governo FHC.
Desde 2003, ele já levou energia elétrica a 2,5 milhões de famílias.
Seria uma boa notícia, não fosse o fato de o Luz para Todos estar, desde o início, imerso em sombras - ao menos quando o assunto é a administração de suas verbas.
Na semana passada, VEJA descobriu mais um fio desencapado no programa sob responsabilidade da Eletrobras.
Seu diretor de engenharia é o já bastante enrolado Valter Cardeal, homem de confiança da ex-ministra e candidata à Presidência da República Dilma Rousseff.

Como um dos principais responsáveis pelo Luz para Todos, ele tem poder para liberar pagamentos e chancelar os contratos feitos com as empresas que executam o programa.
Pois Cardeal achou que, se a luz era para todos, poderia também ajudar a energizar os negócios de sua família no Rio Grande do Sul.

Por intermédio da AES Sul - concessionária de energia que atua no estado -. a Eletrobras contratou para trabalhar no programa uma firma chamada… Cardeal Engenharia!
É isso mesmo que você leu.
O contrato da Cardeal Engenharia com o Luz para Todos, que terminou no ano passado, não envolvia a execução de obras físicas, apenas o “desenvolvimento de projetos”.
Por ele, os Cardeal embolsaram 50.000 reais por mês, ao longo de 54 meses, totalizando uma bolada de 2,7 milhões de reais.
(…)
Não é a primeira vez que a relação de Valter Cardeal com o Luz para Todos resulta em curto-circuito.
Em 2008, ele foi denunciado pelo Ministério Público por participar de fraudes milionárias envolvendo o programa, cometidas no estado do Piauí.
A denúncia cita um caso que dá a medida do descalabro: um dos contratos recebeu um aditivo de 235.000 reais para incluir um único consumidor na rede elétrica.
Uma das empresas que se beneficiavam da fraude era a Gautama, do empresário Zuleido Veras, que chegou a ser preso pela Polícia Federal e a passar treze dias na cadeia.
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Leia na revista os detalhes que iluminam essas notáveis personagens da “nova era democrática” por que passa o país.

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