Deu em O Estado de S. Paulo
Dora Kramer
Em 2002 o presidente recém-eleito Luiz Inácio da Silva agradeceu ao presidente que deixava o posto, Fernando Henrique Cardoso, a correção da atitude neutra à qual atribuiu, junto com a eficiência da Justiça Eleitoral, a sua eleição.
Oito anos depois, o presidente Lula faz o oposto do que considerava o melhor para o Brasil.
Desqualifica a Justiça, afronta a legislação e usa de maneira escabrosa a máquina pública; sem freios nem disfarces.
Não há outra conclusão possível: Lula só leva em conta o que é melhor para si, já que passados esses anos certamente fez a conta de que a "correção" de FH fez o antecessor não eleger o sucessor.
Como não quer correr o risco, Lula apropria-se indevidamente do patrimônio público, comete todas as infrações à sua disposição, leva o governo para a ilegalidade e ainda se vangloria como quem dissesse que vergonha é roubar e não poder carregar.
O pior para ele é que com tudo isso ainda pode perder.
O melhor para o País já foi feito quando o eleitorado criou esse espaço de confrontação final.
Do qual o presidente da República abusa sem nenhum escrúpulo, aparentemente com a concordância do Ministério Público.
A tropa que entrou em choque com a campanha tucana no Rio fez o que o mestre ensinou: vale tudo e mais um pouco para tentar ganhar a eleição.
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