Goiás - Quanto custa eleger Dilma
Hoje, em Goiânia, o governador Alcides Rodrigues (PP) e o candidato lançado por ele no primeiro turno, Vanderlan Cardoso (PR), anunciaram, com direito a muita festa, que no segundo turno apoiarão Iris Rezende (PMDB) ao governo de Goiás e Dilma Rousseff (PT) à sucessão de Lula.
Tudo bem, se não fosse por uma incômoda coincidência. Ontem, o mesmo Alcides estava em Brasília para outra reunião. Junto com Lula, assinou acordo que garantiu uma injeção de R$ 3,7 bilhões em dinheiro do governo federal na combalida CELG, a empresa de distribuição de energia de Goiás.
Dinheiro emprestado pela Caixa Econômica Federal. Com juros camaradas, 20 anos para pagar e dois anos de carência. Ou seja, conta para o próximo governador pagar.
Na sexta-feira da semana passada, Alcides e Vanderlan haviam se encontrado com Lula. Na ocasião, ficou decidido que a CELG receberia o dinheiro. Também foi combinado que o governador e seu candidato se bandeariam para o palanque de Dilma.
O anuncio oficial do apoio a Dilma e Iris, no entanto, só aconteceu depois da assinatura dos papéis do empréstimo. Sintomaticamente, o ex-secretário da Fazenda de Alcides, Jorcelino Braga, testemunhou a cerimônia de Brasília. Braga foi escolhido como marqueteiro da campanha de Iris no segundo turno.
O caso da CELG é uma das grandes questões da campanha de Goiás. Tanto Iris quanto seu adversário no segundo turno, Marconi Perillo (PSDB), já governaram o Estado. Perillo debita na conta do PMDB as dificuldades da empresa.
No discurso que fez durante a assinatura do empréstimo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acusou “gestões anteriores” do Estado pelas dificuldades da empresa.
Em agosto, a Assembléia Legislativa de Goiás aprovou uma lei que proibia o governo de usar o dinheiro do empréstimo federal para quitar débitos da CELG com o ICMS.
O governo Lula achou uma forma de contornar a proibição. Alem dos 3,7 bi para o governo do Estado, emprestou R$ 700 milhões para a própria CELG. Dinheiro que será usado para... quitar os débitos com o ICMS.
Na prática, o dinheiro faz uma escala na empresa e vai para os cofres do governo estadual e das prefeituras.
Em Goiás, as pesquisas indicam, para preocupação de Lula, o crescimento não apenas de Perillo, mas também de José Serra.
Fonte: Noblat
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