sábado, 9 de outubro de 2010

Um silêncio covarde

Deu na Folha de S. Paulo
Clóvis Rossi

Brasil se cala novamente a respeito da proteção dos direitos humanos, agora no Prêmio Nobel da Paz

Que ensurdecedor -e triste- silêncio do governo brasileiro em relação à concessão do Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo.

Nem precisava manifestar "grande alegria", tal como o fez, no ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se referir a idêntico prêmio para seu colega Barack Obama.

O Itamaraty alega que chefe de Estado premiado é uma coisa, dissidente é outra.
É claro que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, mas parece-me muito mais digno manifestar alegria pela premiação de quem luta pelos direitos humanos do que pela do presidente de um país que estava - e continua - envolvido em duas guerras.

Para tornar ainda mais moral e eticamente inaceitável o silêncio, há o fato de que, na mensagem a Obama, Lula mencionara Martin Luther King e "sua luta pelos direitos civis".

Ora, Liu também luta pelos direitos civis.
Não merece idêntico respeito?

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