Governo Lula se abstém em votação que condena apedrejamento;
“companheiro” do Irã explica onde está o humanismo da coisa
Mais uma de nossa diplomacia megalonanica.
O Brasil se absteve na votação de uma resolução da ONU que condena o apedrejamento no Irã e que acusa o país de violar os direitos humanos e perseguir a imprensa.
O texto pede ainda o fim da discriminação contra as mulheres e minorias religiosas.
EUA, todos os países da Europa, Canadá, Japão, Chile e Argentina votaram a favor do documento.
O Brasil preferiu integrar o batalhão da abstenção, que reuniu 57 países, entre eles, Angola, Benin, Butão, Equador, Guatemala, Marrocos, Nigéria, África do Sul e Zâmbia.
Celso Amorim, o Colosso de Rhodes da diplomacia, nos convidaria a ver a coisa pelo lado positivo: o país poderia estar entre os que rejeitaram o texto: Venezuela, Síria, Sudão, Cuba, Bolívia e Líbia.
É mais um capítulo lastimável do alinhamento do Brasil com o Irã, sob o pretexto de praticar uma política externa com propósitos superiores.
A tese de fachada é que a ONU não deve ser usada como instrumento para pressionar países a mudar a sua política interna: o diálogo seria mais eficaz; condenações concorreriam para o acirramento dos ânimos.
Acreditasse o Itamaraty no que diz, seria apenas tolo; como não acredita, é hipócrita.
Amorim cobriu de abjeção a política externa brasileira.
Cumpre notar que esse é o voto de um país que acaba de eleger uma mulher para o cargo máximo da República.
“Essa resolução não é justa e não contribui com os direitos humanos.
Essa resolução é fruto da hostilidade americana contra o Irã.
É a politização dos direitos humanos”, reagiu Mohammad-Javad Larijani, representante de Teerã na reunião.
Ele explicou a perspectiva humanista do apedrejamento:
“Significa que você deve fazer alguns atos, jogando um certo número limitado de pedras, de uma forma especial, nos olhos de uma pessoa.
Apedrejamento é uma punição menor que a execução porque há a chance de sobreviver.
Mais de 50% das pessoas podem não morrer”.
Ah, bom, agora está tudo mais claro!
Amorim deve considerar a explicação satisfatória.
O metódico Larijani afirmou ainda:
“Todos no Irã podem falar com a imprensa estrangeira.
Mas depende do que querem dizer.
Se estão difamando o sistema legal, devem ser responsáveis por isso”.
Perfeito!
Franklin Martins deve achar que se trata da mais perfeita definição do que é liberdade de expressão.
Todo mundo pode falar o que quiser desde que queira correr os riscos.
No Irã, existe, afinal de contas, “controle social da mídia”…
Por Reinaldo Azevedo
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