Brasil afora, estudantes secundaristas, vítimas da incompetência e da desídia do Ministério da Educação, têm usado nariz de palhaço para protestar contra a barafunda do Enem.
Estão praticamente sozinhos.
Formam o Movimento dos Sem-UNE - ou sem UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).
Os burocratas do sindicalismo estudantil não querem saber dessa molecada chata, que fica cobrando eficiência do governo federal, que pede, na verdade, que os trapalhões de Fernando Haddad, a começar dele próprio, não ferrem a sua vida.
Muito antigamente, a UNE estava empenhada em fazer a revolução socialista; mais recentemente, pré-PT no poder, estava empenhada em faturar uns trocos com carteirinha estudantil e em fazer avançar a “luta da esquerda”.
Depois que a tal “esquerda” chegou lá, UNE e afins existem para impedir que a sociedade reaja.
É ASSIM QUE FUNCIONA UMA SOCIEDADE CORPORAÇÕES COOPTADAS PELO ESTADO..
O espaço da reivindicação e da organização já está ocupado pelos donos do pedaço.
Para ser ouvidos, os estudantes teriam de se organizar um outro grupo, mais ou menos como os Amigos dos Amigos se preparam para tomar um morro do Comando Vermelho — ou o contrário; ou como as milícias se posicionam para tomar a área dos dois outros.
Ocorre que gente normal tem mais o que fazer.
Os estudantes que não se conformam com a bagunça do Enem são pessoas, se me permitem, “normais”, que não recebem prebendas do PC do B para “tomar conta” do “morro” da universidade ou do “morro” dos secundaristas.
Os chefões os deixam na mão.
Eles que se virem.
A exemplo do CV e do ADA, UNE e UBES não permitem concorrência na sua área.
Seus respectivos representantes já foram, ohhh!, cobrar providências do governo, mas, notem bem, expressando seu apoio e irrestrita solidariedade aos “progressistas” do MEC.
Ontem, estudantes de São Paulo, Ribeirão Presto, Curitiba, Rio, Recife e Belo Horizonte saíram às ruas para protestar — parece que o movimento secundarista se fez presente só na capital de Pernambuco.
Trata-se de um movimento que nasce na Internet.
Os donos do terreiro não permitem que a sociedade se manifeste.
Mas ela dá sinais de vitalidade ainda assim.
Uma das faixas em Curitiba endossava uma proposta deste blog:
“Tiririca para o Ministério da Educação: pior do que está, não fica”.
Por Reinaldo Azevedo
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