Rosanne D'Agostino, UOL
No júri popular do primeiro dos réus no caso Celso Daniel, o promotor Francisco Cembranelli afirmou nesta quinta-feira que Celso Daniel morreu porque pretendia deter o enriquecimento pessoal, fruto de corrupção, dos envolvidos em um escândalo de fraude e propina na Prefeitura de Santo André (SP).
Marcos Roberto Bispo dos Santos, acusado pelo assassinato ocorrido em 2002, está foragido, mas o julgamento acontece mesmo sem sua presença no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
Em uma hora e meia reservada à acusação, o promotor Francisco Cembranelli reforçou a alegação de que o assassinato foi cometido com o objetivo de assegurar a continuação dos desvios na prefeitura.
Segundo ele, Celso Daniel era conivente até o momento em que os envolvidos passaram a enriquecer às custas das propinas, e não só a abastecer os caixas do Partido dos Trabalhadores.
O promotor negou se tratar de um crime comum.
“Para aqueles que almejavam o enriquecimento ilícito, Celso Daniel passou a ser um estorvo”, disse.
O promotor disse não querer transformar o PT em réu no processo, que não tem nenhum interesse político na causa, mas afirmou que é necessário citar o partido porque este faz parte de um contexto do assassinato.
“Celso Daniel tinha importância no partido e as pessoas da prefeitura estavam ligadas.
Que há um escândalo envolvendo a prefeitura de Santo André, isso é óbvio”, disse ele, afirmando que há provas dos desvios de verba para campanhas do PT, incluindo a que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, e contas pessoais dos envolvidos.
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