D. EUGÊNIO SALES: cardeal e arcebispo emérito do Rio de Janeiro.
Foi ordenado sacerdote em 1943, na cidade de Natal (RN) e é considerado uma figura emblemática na Igreja no Brasil.
Ele é um dos criadores das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e da Campanha da Fraternidade.
No Rio de Janeiro, d. Eugênio Sales criou as Pastorais da Saúde, do Trabalhador, das Domésticas, do Menor e a Penal.
O Estado de São Paulo
O cardeal e arcebispo emérito do Rio de Janeiro, d. Eugênio Sales, que completa 90 anos hoje, lamentou o que chamou de conversão tardia da presidente eleita, Dilma Rousseff, na reta final da campanha eleitoral.
O religioso disse temer a pressão que grupos favoráveis à descriminalização do aborto e aos direitos dos homossexuais farão sobre a presidente.
"Espero que o compromisso, que ela assumiu, ela possa cumprir."
D. Eugênio nega ser conservador ou reacionário.
Cita como exemplo a ajuda que deu a "milhares" de refugiados de ditaduras sul-americanas e a animosidade que sofreu de militares brasileiros por se opor à tortura de presos políticos.
O cardeal repudia abusos cometidos por padres contra crianças, mas compara as denúncias de pedofilia a campanhas difamatórias nas quais o Vaticano foi acusado de conivência com o Holocausto.
Nascido em Acari, no Rio Grande do Norte, d. Eugênio foi ordenado padre aos 23 anos.
Aos 33, já era bispo e tornou-se cardeal aos 48.
Para ele, seu mérito foi a fidelidade à Igreja.
Como o sr. acompanhou esse processo eleitoral em que a questão religiosa entrou de forma tão enfática no debate?
Sou inteiramente contrário ao aborto e à exaltação dos homossexuais.
Sou contra, mas sempre digo que é importante ter paciência com as pessoas.
O que o sr. achou desses temas terem sido usados pelos candidatos?
Lamento que isso tudo tenha acontecido e também lamento a conversão forçada da presidente eleita.
Na véspera da eleição, ela declarava "não sei se é válido", tinha uma posição.
Mas também não digo se ela está sendo ou não sincera.
Houve uma conversão forçada da presidente eleita?
Não posso julgar a pessoa.
Não sei dizer.
Trato bem, mas sem elogios.
O sr. considera ter sido patrulhado pela esquerda no Brasil?
A esquerda não me tolerava.
Para eles, eu era conservador, golpista.
Dos momentos mais importantes da história recente do País, o que mais marcou o sr.?
Passei por momentos difíceis.
Nos anos 70, um argentino veio pedir abrigo.
Rezei para decidir o que fazer.
Como cidadão, não podia abrigá-lo, já que ele fugiu de outro país.
Mas, como pastor, tinha a obrigação.
Foram milhares (de refugiados acolhidos).
Uns 5 mil.
Isso gerou animosidades, mas é motivo de satisfação na minha vida pastoral.
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