sábado, 6 de novembro de 2010

Lula ressuscita a CPMF para vingar-se dos que sepultaram o sonho do terceiro mandato

Se abraça e afaga até um Fernando Collor, se não o constrange beijar a mão de um Jader Barbalho, se é capaz de enxergar uma batina imaculada no jaquetão de um José Sarney, como entender o tratamento rancoroso dispensado pelo presidente Lula aos senadores que, em dezembro de 2007, decretaram a extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras?

Se o aumento da arrecadação compensou a perda dos R$ 50 bilhões recolhidos anualmente, se está provado que o governo nunca investiu no sistema de saúde o dinheiro da CPMF, como explicar o esforço obsessivo do presidente para antecipar a morte política dos autores da desfeita, e completar a revanche com a ressurreição do imposto do cheque?

Por que tamanho e tão duradouro ressentimento?

Porque o fim do tributo foi também o fim do sonho, esclareceu a colunista Dora Kramer, com a argúcia habitual, no Estadão desta sexta-feira.

“A derrota na votação da CPMF no Senado enterrou o projeto do terceiro mandato”, lembrou.

“Ali ficou claro que, se passasse pelos deputados, pelos senadores não passaria.
Portanto, aquela não foi uma derrota qualquer.
Foi uma derrota política surpreendente e definitiva”.


Leiam mais aqui.

O triunfo nas urnas não bastou.
Para completar a vingança, o chefe aproveitou a entrevista ao lado de Dilma Rousseff para exumar o defunto.
Ao longo da campanha presidencial, a sigla não foi mencionada uma única vez.
Os candidatos a governador nem lembraram que a CPMF existiu.
Eleita, Dilma afirmou que não pensava em nada parecido com o imposto do cheque.
Mas a palavra do Mestre está acima da coerência, da honra e da altivez.
Os governadores do PSB assumiram a paternidade da malandragem, a presidente eleita se dispôs a tratar do assunto e a tropa avança em direção ao bolso dos brasileiros.

Para vingar-se dos que lhe negaram o terceiro mandato, Lula resolveu castigar todos os brasileiros com a ampliação da carta tributária.
Como em 2007, o Congresso não ousará ignorar a voz das ruas.
O imposto do cheque não deixou saudade e não faz falta.
Deve continuar na cova rasa em que está.

Por Augusto Nunes

5 comentários:

  1. Ao tentar ressuscitar o monstrengo, Lula quer dar uma última demonstração de força. Como o novo Congresso tem maioria petralha, eles vão, claro, tentar passar esse despautério à população. Se, apenas SE, por uma infelicidade os deputados e senadores em bloco decidirem pelo sepultamento definitivo do assunto, será um atestado de real independência de todo o Legislativo, resgatando-se assim os valores da República e o primado da Democracia em toda a sua plenitude. Será o primeiro passo no sentido de um desvio no comportamento subserviente de alguns setores do Congresso e a certeza de que dali por diante estaremos no caminho certo.
    Caso contrário, poderemos sepultar a Democracia e decretar luto perpétuo. É simples assim. Lula tem de aprender que seu tempo passou.
    Se ele preferir continuar nessa escalada de imbecilidade e estupidez, acabará sendo encontrado em algum canto vítima de uma síncope cardíaca, no que aliás o País não terá perdido nada.

    Zé do Coco

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  2. A grande ironia foi ver o cidadão ferozmente antes de ser presidente, pregando contra a CPMF
    e no poder com ela, não a aplicou na saúde e, na sua saída, dar o troco aos 46% que não votaram em sua candidata! Quem financiará as Olimpíadas, Copa do Mundo e corrupções futuras?

    Francisco SP

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  3. Lula foir escolhido para o projeto de poder de um grupo que, aos poucos, vão forçando a barra com temas nem tão polêmicos até que consigam a unanimidade e a certeza da aprovação para tudo o que quiserem implantar.

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  4. Podem se preparar que logo vão mexer na poupança, liberar o aborto, perseguir religiosos, perseguir eleitores da oposição e sabe-se lá mais o que.

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  5. Já li reportagens sobre Mexer na Poupança.
    É a recompensa para os idiotas que votam em gente mentirosa.

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