Bruno Villas Bôas, O Globo
A disputa por cadeiras em cargos-chave das maiores empresas estatais e bancos públicos brasileiros envolve, além do controle político sobre investimentos e crédito, uma engrenagem que vai pagar somente este ano mais de R$ 63,6 milhões em salários e benefícios para diretores e conselheiros de oito das principais companhias federais.
Na queda de braço entre PT, PMDB e a base aliada do novo governo para ocupar postos estratégicos, estão em jogo 83 cargos de diretorias (incluindo presidências e vice-presidências) e 78 assentos em conselhos de Administração e Fiscal em estatais como Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal.
Outras estatais também estão na mira de partidos, como BNDES e subsidiárias da Eletrobras, responsáveis por grandes projetos de infraestrutura.
Levantamento do GLOBO sobre a remuneração das principais estatais mostra que alguns desses futuros nomeados vão receber salários polpudos, que chegam a superar R$ 1,4 milhão ao ano na Petrobras e R$ 870 mil anuais no Banco do Brasil.
Para políticos, as nomeações significam poder. Para os executivos apoiados pelos partidos, um atalho para remunerações ainda maiores que a iniciativa privada vai pagar quando deixarem um cargo de relevo no governo.
- É um custo alto e uma responsabilidade grande para executivos que muitas vezes são colocados no cargo para cumprir alguma missão política, e que nem sempre estão ali para defender os interesses da empresa pública - afirma Gil Castelo Branco, fundador da ONG Contas Abertas.
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