Por Lauro Jardim
Praticamente um mês já se passou depois do seu triunfo eleitoral e Dilma Rousseff continua meio sumida.
Às voltas com a delicada costura para a montagem do seu ministério, praticamente não apareceu em público nestes 28 dias.
A última vez que mostrou a cara e falou em público foi há nove dias, num evento do PT.
O Rio de Janeiro está pegando fogo e de Dilma não se ouviu nada sobre o assunto — somente um vago “Sérgio Cabral tem o apoio da presidente”, dito por um assessor.
O.k., Lula ainda é o presidente.
Mas parece evidente que era a hora apropriada para começar a passagem de bastão:
Dilma deveria, sim, estar botando a cara na TV pontuando assuntos urgentes como o da guerra carioca.
Até porque o brasileiro quer ouvir da presidente recém-eleita suas opiniões sobre temas reais — algo que a campanha muitas vezes não permitiu.
Esse quase sumiço de Dilma desde que se elegeu levanta suspeitas sobre o seu estilo de governar.
Alguns aliados temem que Dilma que, de modo explícito, detestou a experiência de fazer campanha, tendo que se expor diariamente, tente governar para dentro.
O receio dos aliados é que se enfurnar no Palácio do Planalto, dando pouca importância ao simbólico das aparições públicas (sempre seguidas de declarações), afete sua popularidade.
Ainda é cedo para cravar o estilo Dilma de governar.
Mas os primeiros 28 dias depois de eleita só ajudaram a aumentar as evidências de que ela não é afeita à exposição à luz.
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