Por Raul Christiano
Não me cheira bem essa onda de intolerância, racismo, preconceito, conflitos de interesses regionais, censura – à imprensa, livros paradidáticos e Internet, patrulhamento religioso e ideológico, desde a última campanha eleitoral de 2010.
Cientistas sociais já indicavam, durante a provocação desses temas com o superficial debate sobre a legalização do aborto e o apartheid social no país, que a sociedade brasileira não estava preparada para discernir sobre esses valores devido à dependência social e às deficiências do nosso sistema educacional.
Partidos e seus marqueteiros deram de ombros e mandaram seguir a linha sem um alerta mais duro contra a enxurrada de mensagens inventadas e/ou superdimensionadas nos meios virtuais na Internet.
O uso das ferramentas da Internet nas campanhas eleitorais serviu para disseminar com uma força avassaladora as velhas táticas de guerrilha política dos boatos e maledicências.
Por esse caminho, as “vítimas”, candidatos ou partidários de candidatos, ficaram sujeitas à depreciação de imagem, ética, moral e das suas próprias histórias de vida.
Não faltaram perfis, blogs, fakes, em todas as redes sociais, a espalhar boatos, documentos, vídeos e fotos manipulados, colocando adversários políticos em situações muito constrangedoras.
Esse baixo nível das campanhas saiu dos ambientes privados, em casa, nas lan houses, notebooks e smartphones, para as ruas e para o clima comportamental do país, sendo alvo dos mais variados e descontrolados comentários e reações.
Isso não deixa de configurar uma espécie de bullying na vida de todos aqueles que se enveredam em participar do debate sobre os rumos para o futuro do Brasil.
Sem o privilégio de uma perseguição em maior ou menor escala dos que defendem os pensamentos à esquerda ou à direita, se assim quiserem situar as trincheiras, é necessário que os líderes políticos nacionais reprogramem as suas estratégias com foco maior na discussão de políticas públicas e alternativas a essa confusão quase que mental.
Longe de levantar a bandeira da censura aos meios de comunicação, como sugerem alguns incomodados com a democracia, acho oportuno pautar o momento do enfrentamento de questões voltadas à Educação para uma convergênia cidadã e para a compreensão das inúmeras diferenças, exemplificando o contexto histórico de cada manifestação.
E a Justiça diante de todos esses feitos e fatos, é mesmo cega e burra?
Alguma coisa acontece neste país e devemos aprender a conviver mais com os novos tempos que já foram inaugurados há mais de uma década.
Estancar a abordagem séria dos temas distorcidos pela falta de Educação melhor para todos pode legar o país ao reles papel de uma Nação na vanguarda do atraso.
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