Deu na Folha de S. Paulo
Janio de Freitas
O maior feito da corrupção na Câmara durante a legislatura que finda, capaz de igualar em uma só imoralidade todas as outras dos atuais mandatos, está armado para concretizar-se nesta semana com a ajuda das lideranças partidárias.
É a aprovação do projeto para legalizar os bingos, com o acréscimo de um penduricalho que legaliza também os caça-níqueis.
A compra de deputados pelo lobby dos bingos é livre e escancarada, e já vitoriosa na concessão de urgência ao projeto, para ser votado ainda pelos atuais parlamentares.
Na denúncia feita da tribuna pelo deputado paulista Fernando Chiarelli (PDT), "os traficantes não estão nos morros do Rio, estão na Câmara fazendo lobby para aprovar o bingo.
A corrupção está correndo solta aqui".
Dois outros deputados, também da tribuna e em declarações ao "Globo" -Miro Teixeira (PDT) e Marcelo Itagiba (PSDB)-, denunciaram a ação dos lobistas "com muito dinheiro, para que seja votada e se aprove, ainda nesta semana, a legalização dos bingos".
A urgência foi aprovada por intermédio de uma anomalia.
Rejeitada na noite de terça passada, com 226 votos a favor, faltaram-lhe 31 para a aprovação.
A proposta de urgência foi então anexada, por acordo entre os líderes de bancadas partidárias, à prorrogação da Lei Kandir.
Aos lobistas estava dado tempo para a conquista de mais votos; aos novos deputados do facilitário, um pretexto para sua adesão.
Como complemento da manobra, deu-se a volta extraordinária da proposta de urgência à votação no dia seguinte à sua derrota.
Houve voto de sobra na aprovação.
Um pormenor relembra a farsa que são os princípios e programas partidários exigidos pela legislação.
Se partiram do PDT denúncias enérgicas do suborno, são também do PDT, como observa o jornalista Evandro Éboli, os dois acompanhantes permanentes do principal lobista e presidente da Associação Brasileira dos Bingos.
São os deputados paulistas João Dado e, não faltaria, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força e dos bingos e dos caça-níqueis e do -simplifiquemos, de tanto mais.
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Lamento assistir a parlamentares defendendo a clandestinidade, ou seja, sem Lei estes bingos continuam funcionando nos 4 cantos do País, gerando ganhos escusos, corrompendo autoridades, sonegando impostos e trabalhadores sem registro.
ResponderExcluirFalar em corrupção??? São anos e anos em busca de uma Lei clara, rigorosa e transparente.
153 Países do 1º mundo estão há anos com bingos regulamentados, usando os tributos p/ o bem da sociedade. Acorda Brasil, estamos na globalização.
Nossa fico até comovido com a preocupação de alguns políticos com a saúde e o dinheiro do povo , o estado de SP do sr Serra , Kassab e Alkmin , tudo farinha do mesmo saco , deve mais de 20 BILHÕES , ISSO MESMO , 20 BILHÕES EM PRECATÓRIOS para milhares de velhinhos do estado , maioria tá morrendo sem receber , a indústria do cigarro mata milhares de pessoas todo ano , mas dá muito emprego , a industria da bebida mata milhares e destrói muitas famílias , mas paga imposto né sr. Janio , agora faz esse carnaval todo por causa de regulamentação de bingos , vc não quer , ~pprefere ver o jogo assim do jeito que está na clandestinidade , acorda Jonas o brasileiro gosta de jogar e isso não vai acabar melhor regulamentar , o mundo joga , vamos deixar de ser hipócratas
ResponderExcluirO que os paulistas tem com isso?
ResponderExcluirGovernadores e prefeitos do Brasil inteiro estão com o pires na mão implorando liberação de recursos para investimentos, aumento de salários de servidores e para o pagamento de precatórios, mas o senhor Lula centraliza toda a grana e não libera, para barganhar apoio, usa dinheiro do povo para subornar e corromper não somente deputados e senadores (mensalão), mas também os chefes do executivo que dependem de sua vontade.
Por que esse preconceito, mais ainda, por que o ódio contra os paulistas que não têm nada a ver com os escândalos do senhor Lula da Silva, com sua fortuna e as facilidades para encher os cofres de seus laranjas, entre eles o cidadão mais rico do país?