deu em o globo
Por Merval Pereira
Embora a Polícia Militar tenha agido com rapidez e criado uma Ouvidoria para receber as queixas dos moradores da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão por eventuais abusos de poder durante a operação de retomada daqueles territórios, talvez essa não seja a melhor maneira de endereçar a questão, devido ao histórico de violência que marca a relação daquelas comunidades com as forças policiais.
A operação atual quebrou esse paradigma, mesmo que existam relatos de pessoas que tiveram suas casas ocupadas com violência ou sofreram prejuízos nas ações policiais.
É inegável que tudo indica que a atitude das autoridades não dá margem a que excessos que tenham acontecido possam ser minimizados ou escondidos da população.
Mas, para continuar quebrando paradigmas e fortalecendo a confiança dos cidadãos na atuação das forças militares, talvez fosse preferível que juizados especiais fossem instalados naquelas comunidades.
A vereadora Andrea Gouveia Vieira, do PSDB do Rio, já havia feito essa sugestão quando a OAB instalou um posto avançado na Vila Cruzeiro, há dois anos.
Os moradores se queixavam da ação truculenta dos policiais e diziam que para tentar falar alguma coisa contra alguém, no caso em que suas casas eram invadidas e seus objetos quebrados ou mesmo roubados por policiais, só tinham o vizinho como interlocutor.
A vereadora do PSDB diz que é muito difícil aos moradores dessas áreas acessarem o sistema judiciário, e fez uma comparação com a criação dos tribunais especiais nos aeroportos, quando houve o caos aéreo, e que continuam em operação até hoje.
Ela sugeriu à OAB que, para resolver os conflitos ali na Vila Cruzeiro o melhor seria fazer o mesmo, para que a solução fosse mais ágil, dando mais proteção às comunidades.
Até hoje nada foi feito, e Andrea Gouveia Vieira acha que este seria o melhor momento para retomar a idéia, para garantir que essa solidariedade entre as forças policiais e a população daquelas localidades não se enfraqueça.
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