terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O governo arrecada fortunas. Por que, então, sacrificar a população?

Relator ignora cortes no Orçamento e aumenta gastos do governo em 2011
Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online:

Sem atender aos apelos do governo para cortes de R$ 8 bilhões no Orçamento de 2011, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), relator da área de receitas, apresentou nesta segunda-feira uma nova estimativa das receitas orçamentárias com um valor R$ 4,7 bilhões maior para ser gasto no ano que vem.

“O Congresso não trabalha com cortes, trabalha com a proposta original do governo acrescida de R$ 22,4 bilhões.
O papel do governo é criar dificuldades de arrecadação e o papel do Congresso é descobrir qual arrecadação efetivamente se aproxima da realidade”,
afirmou.

Araújo disse que a “sobra” dos R$ 4,7 bilhões vem do bônus da assinatura de um novo leilão de petróleo que será feito pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, além da ampliação da produção de petróleo - o que poderia gerar para a União R$ 1,2 bilhões a mais em royalties.

O tucano ainda estima mais receitas com a venda de ativos do governo federal e a arrecadação da Cofins.
O acréscimo, segundo Araújo, vai ser dividido entre os relatórios setoriais do Orçamento proporcionalmente aos seus valores.

O governo estuda cortar em R$ 8 bilhões os recursos da peça orçamentária além do valor encaminhado inicialmente para o Congresso.
Com o acréscimo de Araújo, a diferença entre os cálculos do Executivo e a proposta do Legislativo soma R$ 30,4 bilhões - somados os R$ 22,4 bilhões aos R$ 8 bilhões dos cortes.

Para o tucano, o Congresso tem acertado as previsões de gastos do governo nos últimos anos, por isso a relatora Serys Slhessarenko (PT-MT) deveria manter o valor proposto por ele.
“O Congresso tem sido assertivo na questão da estimativa de receitas.
Mas sabemos que a relatora pode atender uma posição política e tomar outra decisão”,
disse.

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