terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Milagra da Vida!

Enfim é Natal, momento de alegria, de festa e reflexão.
Foi nesse período, enquanto todos estavam distraídos com os preparativos da época, que surgiu aquele documento revisado por Dilma e assinado por Lula que incluia, entre outros temas polêmicos, a questão do aborto.
A partir da repercussão desse documento, com discreta reação da CNBB, porém, com as críticas necessárias dos verdadeiros cristãos, essa discussão estendeu-se durante todo o ano, passando pela campanha política e ainda se arrasta até os dias de hoje.
O pretexto agora é que a intenção de legalizar o aborto pode ser considerada uma preocupação com direitos humanos, de acordo com a interpretação de quem não considera o feto um ser humano.

Muito sugestivo imaginar uma jovem humilde, perseguida e consciente de que seu filho seria assassinado assim que viesse ao mundo, mesmo assim disse "SIM" à sua gestação e não mediu esforços para garantir a sobrevivência de seu filho.
Por circunstâncias questionáveis, mesmo assim significativas, dia 25 de Dezembro celebraremos o milagre da vida.

Enquanto isso, vejam do que é capaz um coração maldoso:

Vannuchi: um homem que tem todos os pés no chão!
Por Reinaldo Azevedo

Que homem bondoso e generoso este Paulo Vannuchi!
Ele acredita que a campanha da oposição cometeu um erro ao debater o aborto.

O assunto é discutido no mundo inteiro, mas, por alguma razão, no Brasil, deveria ficar restrito à tertúlia das autoridades — petistas naturalmente.
A afirmação é farisaica de várias maneiras.

Em primeiro lugar, a oposição debate o que bem entender nos marcos do que lhe faculta a Constituição, e Vannuchi que vá cuidar da turma do seu partido.
Em segundo lugar, ele está contando o oposto da verdade, também chamado de “mentira” por pessoas que gostam de chamar as coisas por seus respectivos nomes.

O PT e o governo é que politizaram o aborto.
E o fizeram em duas etapas.


Na primeira rodada, introduzindo no Programa Nacional-Socialista de Direitos Humanos o aborto como um “direito humano”.
Nunca antes no mundo alguém tinha tido idéia tão espetacular e, se me permitem ficar num adjetivo de mesma raiz, “humanista”.

E foi o próprio PT quem se encarregou de politizar de novo — aí eleitoralmente — o tema: temerosa de que suas reiteradas defesas da descriminação do aborto resultasse em prejuízo eleitoral, Dilma lançou a sua “Carta ao Povo de Deus”…

Como a estratégia não surtiu efeito, veio então a denúncia de que a oposição estava manipulando a opinião pública.
Estava?
Eu, por exemplo, teria levado ao ar as entrevistas de Dilma.
Cada um é responsável por aquilo que diz — especialmente quem quer ser presidente da República. Se o aborto é assim tão bom para o Brasil, deve haver quem saiba defendê-lo.
Por que esse debate envergonhado?

Os números de Vannuchi sobre as internações são mentirosos.
Não passam de coisa de cascateiro.
Inexistem notificações que façam a distinção entre aborto espontâneo e provocado.

Mas é no seu momento como pensador que ele brilha mais:
“Uma coisa é a palavra de Deus, e outra é a interpretação que os doutores fazem dessa palavra de Deus.
Ou aprendemos a relativizar a noção de verdade ou teremos o que houve em relação ao Plano Nacional de Direitos Humanos”.


Estupendo!
Se não podemos recorrer às palavras dos doutores — no caso, entendo, os doutores das igrejas —, então só nos resta Deus ele-mesmo, não é?
Como o Altíssimo não anda dando sopa por aí, seria preciso falar com seu superior: Lula!

Bom esquerdista (e isso não quer dizer coisa boa), Vannuchi acredita que a verdade é “relativa”.
Ô se é… Vejam bem: ele pertencia à ALN, de Carlos Mariguella.
A ALN tinha um minimanual para práticas terroristas.
Ali se ensinava a matar soldados por exemplo, pais de família.
Nem os hospitais deveriam ser poupados.
Como a verdade é relativa, Vannuchi certamente era um subordinado daquele manual pensando no bem da humanidade — o mesmo bem que o moveu a considerar a morte do feto um direito humano.

Vannuchi é um pensador que tem os pés bem fincados no chão.
Todos eles!

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