sábado, 4 de dezembro de 2010

O que explica essa fome de reputações alheias?

Lula conseguiu tudo, chegou ao topo.
E o que explica essa fome de reputações alheias?

Por Reinaldo Azevedo

Leiam o que informa Breno Costa, na Folha Online.
Volto em seguida:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que os vazamentos de telegramas da diplomacia americana em todo o mundo pela organização WikiLeaks devem preocupar não ele, mas o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O presidente contou que, no início de seu governo, tinha medo de repetir o fracasso do sindicalista Lech Walesa, na Polônia.
“Eu precisava provar porque, quando você pertence à elite de um país, você é governante, se você errou ou não errou, ninguém está ligando."

Voltei
Qualquer pessoa razoável percebeu que não existe nada de espantoso ou grave nas mensagens dos diplomatas americanos.
Ao contrário.
Considerando que são mensagens escritas para circular em ambiente seguro, sigiloso, a linguagem, ao contrário do que sugere Lula, é até bastante decorosa.
Não existe motivo para Obama estar “muito preocupado”; tampouco as revelações sobre outros países são “gravíssimas”.

Mas o nosso Valente poderia demonstrar a sua tese de outro modo: expondo ao público as mensagens secretas do Itamaraty.
Quem não gostaria de ter acesso à troca de mensagens entre o Brasil e os assassinos de mulheres do Irã?

Quanto à enésima referência a FHC…
Que coisa, não!?
É uma verdadeira obsessão mesmo!
FHC não se tornou professor da Sorbonne porque era elite — aliás, no máximo, pode-se dizer dele ter sido e ser classe média.

Seu patrimônio pessoal certamente é inferior, aos 79 anos, ao de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, que deve ter uns 30 e poucos…
E acho que o ex-presidente trabalhou um pouco mais, não?

Aliás, eu duvido que o patrimônio do tucano seja superior ao do próprio Lula, o “operário”.
Ah, qual é?


FHC foi professor da Sorbonne porque se preparou para tanto.
Outros com origem ainda mais modesta chegaram lá.
Lula não pode dar aula porque já confessou que cai no sono quando pega um texto para ler.
É uma questão, digamos, de índole, de gosto, de inclinação pessoal, não de origem social.

Esse ressentimento é inexplicável, injustificável, sob qualquer parâmetro minimamente racional.
O cara atingiu o topo, chegou lá, foi eleito presidente, reeleito, é uma figura admirada pela maioria dos brasileiros, tem um reconhecimento internacional acima de seus próprios feitos.
Caramba!
O que é que lhe falta?

Esse buraco sem fundo, que tem de tragar biografias, reputações, história, tudo, não se explica pela sociologia.
Afirmei que ele havia desenvolvido uma espécie de psicopatia política.
Há o risco de eu ter sido generoso.

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