Certos estudos demonstram claramente o quanto autoridades e profissionais responsáveis por pesquisas do tipo que foi divulgada no Estadão sobre o Bolsa Família estão distantes do que chamam de povão.
Suas avaliações vêm sempre acompanhadas de estereótipos e não refletem o que realmente acontece.
A primeira inverdade é o tempo de existência do programa.
Há sete anos que o programa mudou de nome, depois do fracassado Fome Zero, mas a transferência de renda existe desde o início dos anos noventa e foi implantado nacionalmente durante o governo FHC, quando foi duramente combatido pelo ex e por seus companheiros.
Vejam aqui, aqui e aqui.
Quanto às taxas de admissão menores no mercado formal de trabalho, combinadas com taxas mais elevadas de desligamento do emprego, a reportagem induz a um cenário no qual o patrão aparece como vilão e o beneficiário seria uma vítima de preconceito ou qualquer coisa do gênero.
Na verdade, a diminuição de registro em carteira se dá a pedido dos próprios bolsistas que temem perder o benefício, assim como deve-se reconhecer que a falta de mão-de-obra em determinados setores coincidem com a desistência de muitos em procurar emprego, pois decidem manter-se apenas com o que recebem dos programas, o que contribui, também, para melhorar a imagem dos índices de desemprego.
E o que dizer da inclusão produtiva como prioridade no recém-anunciado PAC da Pobreza?
O desafio da inclusão produtiva com a geração de oportunidades de geração de emprego e renda para que as famílias deixem de ser dependentes do benefício foi justamente a proposta do candidato José Serra, fortemente criticada por quem agora anuncia como novidade.
E o pior é que aqueles que têm a obrigação de informar com isenção e honestidade continuam divulgando apenas o que interessa ao governo.
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