terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Conversas que tive comigo

Por Álvaro Dias
"Acabo de ler Conversas que tive comigo, de Nelson Mandela.
Com prefácio de Barack Obama, o livro em suas 412 páginas traz diálogos na prisão, anotações na agenda, cartas e textos autobiográficos inéditos.

Lembrei do que me disse Miguel Arraes quando governador de Pernambuco.
Brincando, afirmou que todo político deveria passar pelo menos um ano na prisão.
Ele vivera essa experiência de preso político na Ilha Grande.

O cárcere político, confirma Mandela, é o território da reflexão, do estudo e do conhecimento de si próprio.
E também a sofrida oportunidade para o exercício da humildade, da simplicidade, da persistência e especialmente da esperança.

Mandela, vivendo 27 sofridos anos na perversidade do cárcere, tornou-se verdadeira enciclopédia de ensinamentos.
Nos ensina, por exemplo – Na vida real não lidamos com deuses, mas com homens tão comuns quanto nós mesmos.
São homens e mulheres cheios de contradições, que são estáveis e inconstantes, fortes e fracos, famosos e infames.
Ou – Os ideais que cultivamos em nossos maiores sonhos e esperanças mais ardentes podem não se realizar durante a nossa vida.
Mas isto não é o principal.
Saber que em seu tempo você cumpriu seu dever e viveu de acordo com as expectativas de sua gente é em si uma experiência compensadora e uma realização magnífica.
São ensinamentos de uma das figuras mais inspiradoras e leônicas do nosso tempo, como chuvas de verão sobre o Saara da politica."

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