O SILÊNCIO CÚMPLICE DA OPOSIÇÃO - UM SILÊNCIO QUE MATA!
Por Reinaldo Azevedo
Num ambiente em que não há polarização ou debate de idéias, a tendência é que surjam conflitos de moderada intensidade na própria força hegemônica.
Um secretário — Luiz Antônio Barreto de Castro, demissionário! — do Ministério da Ciência e Tecnologia falou a uma comissão do Congresso e admitiu sobre os desastres no Rio:
“Eu venho aqui para dizer isso mesmo, falamos muito e não fizemos nada.”
A fala inteira segue abaixo e é espantosa.
Alguém aí ouviu alguma voz da oposição cobrando o governo por isso?
Nada!
Vimos o governador de Minas, Antonio Anastasia, trocando amabilidades com a presidente Dilma Rousseff.
*
“Eu venho aqui para dizer isso mesmo, falamos muito e não fizemos nada.
Há dois anos fizemos um plano de radares para entrar no PAC I, não conseguimos.
Fomos orientados então a entrar no PAC 2, ficamos fora.
Aí eu perguntei pro meu ministério: e agora?
O presidente disse que devíamos colocar no PCTI, o Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação governamental, que não teria fôlego para financiar 115 milhões (necessário)”, revelou o secretário.
Diante disso, Castro contou que foi criado, em agosto do ano passado, um grupo de trabalho que ouviu dez estados e todas as instituições que atuam nessa área para definir um projeto piloto com um custo estimado em R$ 36 milhões.
Mas nem mesmo esses recursos foram liberados.
Não só ele admite a desídia do governo federal como ainda dá uma paulada no dito “supercomputador” de Aloizio Mercadante.
O que ele fala faz ou não sentido?
Quem se interessa em cobrar o governo federal por suas responsabilidades?
Como se nota, em país que não tem oposição, o simples bom senso parece ser antigovernista.
O governo demitiu Pedro Abramovay, o secretário que defendeu que “pequenos traficantes” fiquem soltos.
No caso de Abramovay, até o governo preferiu se alinhar com o protesto dos críticos a ficar com o silêncio cúmplice da oposição.
Um silêncio que, como se percebe, pode até matar.
Confiram a reportagem de O Globo.
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