Como sempre, o PT chega à verdade depois dos outros; pesquisa da CNA já havia apontado o desastre do modelo de reforma agrária em curso
Por Reinaldo Azevedo
Os petistas costumam descobrir a verdade sempre depois de seus adversários: enquanto vivem na escuridão, mobilizam a sua máquina de ignorância propositiva contra… os fatos.
A senador Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA, encomendou ao Ibope, em 2009, uma pesquisa sobre os assentamentos.
A realidade é um pouco pior do que aquela apontada pelo Incra:
- 72,3% dos entrevistados afirmam não gerar renda na propriedade adquirida;
- 72% ganham até dois salários mínimos por mês (renda que não sai da terra);
- 47,7% disseram não produzir nem o suficiente para sustentar suas famílias;
- 37% não produzem absolutamente nada;
- 24,6% produzem apenas o suficiente para a subsistência.
Há outros dados verdadeiramente escandalosos:
- 46% dos assentados compraram suas terras ilegalmente de terceiros;
- 75% não têm acesso aos programas de crédito do governo.
À época, comentando a pesquisa (íntegra), Kátia Abreu observou:
“Se há coisa que não aprendemos a fazer, infelizmente, foi reforma agrária”.
O modelo está esgotado.
Escrevo sobre o assunto desde 1996.
Naquele ano, em reportagem de capa para a revista República, constatei que o MST era um movimento eficiente para produzir ideologia, não para fazer reforma agrária.
Em agosto de 2003, a revista Primeira Leitura tentou saber onde estavam os ditos “sem-terra”.
Não os encontrou.
Stedile tinha mobilizado trabalhadores urbanos, que não sabiam plantar um pé de couve, para a sua batalha.
E mandamos ver na capa: “Os sem-terra não existem”.
O agronegócio é que alimenta o “povo de João Pedro Stedile”
Eis que o Incra descobriu o que toda pessoa razoável já sabia: o modo adotado de reforma agrária, conduzido, na prática, pelo MST, produz miséria.
O “povo de João Pedro Stedile” vive sabe do quê?
Da cesta básica produzida pelo agronegócio, que esse leninista de sacristia combate com tanto vigor.
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