terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"Pacto Crocodilo"

As primeiras medidas do próximo governo indicam a necessidade de corte de gastos. Fazer mais com menos, afirmou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Fazer mais o que?

E o anunciado corte de gastos?
São os míseros 540 reais de salário mínimo e pouco mais de seis por cento de aumento para os aposentados que recebem acima do mímino?
José Serra estudou o orçamento e garantiu que seria possível o aumento de DEZ por cento aos aposentados.
Agora terão que engolir praticamente a metade, afinal, escolheram isso.

Por enquanto são esses os cortes no orçamento, pois os seus próprios salários se multiplicaram e a gastança com cartões corporativos provavelmente continuará "sigilosa" e, portanto, liberada.

Porém, como sempre digo, muito mais do que a farra com dinheiro público, para não dizer outra coisa, e a privataria que transfere dinheiro do trabalhador (impostos, FGTS, etc.) para empresas companheiras, grandes financiadoras de suas campanhas e laranjas de muitos poderosos, o pior legado é o mau exemplo que incentiva essas práticas e banaliza o crime.
Pois, neste momento, eu percebo algo ainda pior do que o estímulo à esperteza e à malandragem, pior do que o hábito de querer levar vantagem sem a mínima preocupação com o que é justo ou se há prejuízo e sofrimento de terceiros.

A cooptação da midia e das principais instituições representativas da sociedade indica a evidente intenção de perpetuação no poder a partir da criação do mito, forçando a barra, é óbvio, pois um filme sobre um verdadeiro ídolo jamais teria sido um fracasso, como foi a biografia do ex-presidente.
As manifestações ultrapassam todas as medidas do ridículo, como a declaração de um ministro, um perigo numa terra de fanáticos.

Se tudo o que está acontecendo no nosso país tiver um nome, deve ser o "Pacto do Crocodilo".
Quem chora tem permissão para o "rouba, mas faz", "rouba e nada faz", "promete e não cumpre", entre outras ações inescrupulosas que estão se incorporando aos costumes da época.
Coitado de quem não seguir a moda, tornar-se-á um excluído social e político.
Antes de aderir a qualquer onda, seria mais prudente aprender com a história e ter cuidado com as tendências e com o que se divulga.

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