A raiz do mensalão

Ilimar Franco pôs o dedo na ferida: os aliados estão insatisfeitos com a coordenação política do governo, da qual participam Dilma, 6 ministros petistas, e o PMDB (porque ocupa a vice).
Como a força da política está na capacidade de influir, e não na de engolir prato feito, seria bom Dilma refletir sobre qual relação quer ter com os aliados.
Se ela insistir na prática de só ouvir o PT, a crise não vai arrefecer.
Neste modelo, os partidos se sentem como soldados mercenários: são pagos para lutar, não para pensar.
Esta é a origem do mensalão.

Exemplo a ser seguido
A relação que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tinha com os partidos aliados é um bom exemplo de modelo a ser seguido.
No segundo mandato de FH (no primeiro, o PTB participou ativamente, inclusive com cargos), o partido decidiu que iria continuar apoiando o governo, mas sem a contrapartida de cargos públicos (decisão referendada pela executiva nacional do partido).
Mas a sustentação teria um limite: não apoiaríamos qualquer aumento ou criação de novos impostos nem o sacrifício dos aposentados e pensionistas.

Mesmo assim, o PTB foi chamado pelo presidente para conversar, para ajudar na concepção de governo, enfim, influenciar nas decisões (que questões econômicas e sociais o governo deveria priorizar, que estruturas montar etc.).

Resumindo: era uma aliança de fato.
Participar, ser convidado a pensar o governo era muito importante para o partido, nos dava prestígio.
E o PTB se construía dessa maneira.

Comentário de quem entende do assunto - no blog do Jefferson