O governo atual parece não ser apenas a continuidade dos anteriores, mas uma cópia. Começa imitando o setor que teve o melhor desempenho do PAC, o de desculpas, em matrimônio com a frouxidão penal.
Funciona na base do “se colar, colou”.
Alguém menos graduado lança uma tese estapafúrdia e espera a reação do público, da imprensa e do Congresso.
Se a gritaria for geral, aparece um superior para dizer que “não foi bem assim”.
Com barulho menor, o tema volta à pauta.
Se ninguém reclamar, a barbaridade se concretiza.
Vide “humanitarismo” pró-Battisti e os “recursos não-contabilizados” do mensalão.
A primeira experiência da administração de Dilma Rousseff é o perdão aos pequenos traficantes, lançado pelo secretário Nacional de Políticas sobre Drogas, Pedro Abramovay.
Com o apreço pessoal e profissional que merece, Abramovay quer aumentar o gigantesco problema.
Pequeno é quem tem 1 quilo?
Dois?
Quanto?
Carrega em quantidades menores os produtos do grande traficante e ambos escaparão do regime fechado.
No fim, esse é o verdadeiro propósito do governo, esvaziar presídio.
E, não fosse trágico, seria engraçado ouvir o governo reclamar de superlotação.
Quem deve resolver?
Ora, o próprio governo.
Houve certa reação e logo o ministro José Eduardo Cardozo apareceu para a segunda parte do plano, o “não é bem assim”.
Mas é exatamente assim.
Quer copiar experiências internacionais das quais quem adotou deseja se livrar.
O governo Lula acabou com o exame criminológico com igual objetivo, jogar nas ruas quem deveria manter atrás das grades.
Abramovay informa que 40 mil traficantes já condenados e cumprindo penas seriam beneficiados.
Se o País vive o caos na segurança apenas com os que ainda não foram pegos, imagine espalhar mais 40 mil vendedores de crack.
Tê-los na cadeia é ruim para o governo, liberá-los será péssimo para o Brasil.
A nova equipe estreia mal.
Demoniza FHC em tudo, mas repete seu maior erro, querer descriminalizar drogas.
Fala que “a gente tem que conhecer” a liberação para “frear esse processo de explosão carcerária irracional”.
As irracionalidades que têm de ser freadas são essas de soltar bandido em vez de investir no sistema penitenciário e de achar que droga é vendida em cigarros e pedras de 1 tonelada.
O usuário, com o que furta dos pais ou consegue em assaltos, compra de poucos em poucos gramas.
Se o governo concorda e planeja ampliar a cobertura legislativa, haja esquina para tanto viciado e cofre para tanto dinheiro do tráfico.
Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM-GO)
No Noblat
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