quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Concorrência com a China faz 67% dos exportadores perderem clientes

Estadão Online
Por Eduardo Rodrigues:

O impacto da concorrência com a China na indústria brasileira é tão significativo que 67% das empresas exportadoras brasileiras, que competem com produtos chineses, perdem clientes e 4% deixou de exportar, de acordo com Sondagem Especial, divulgada nesta quinta-feira, 3, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Além disso, 45% das empresas que competem com a China perderam participação no mercado doméstico brasileiro.

De acordo com a Sondagem, a presença da China é mais intensa em seis setores industriais, onde pelo menos metade das empresas afirmaram que concorrem com similares chineses.
É o caso dos setores de material eletrônico de comunicação, têxteis, equipamentos hospitalares e de precisão, calçados, máquinas e equipamentos, além do setor que a CNI classifica como “indústrias diversas”.

No geral, 52% das empresas exportadoras brasileiras competem com a China em outros mercados.

Valorização cambial
Como o yuan tem sua cotação atrelada ao dólar, a valorização do real em relação à moeda americana tem sido o fator mais determinante para que produtos brasileiros percam mercado para os chineses tanto no mercado internacional quanto no doméstico, na avaliação do gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

Segundo Castela Branco, o aumento da concorrência nos últimos anos está diretamente ligado ao preço dos produtos chineses.
No entanto, destacou Castelo Branco, apesar desses inúmeros fatores estruturais que dão vantagem à China no comércio internacional, a concorrência com os chineses aumentou justamente a partir do momento em que o câmbio brasileiro acelerou sua valorização.

Para o executivo, além da ampliação das estratégias para enfrentar a competição com a China, seja por via de redução dos custos e investimentos em qualidade e design, é preciso enfrentar a questão cambial.

“É preciso ter menos dependência da taxa de juros para controle da inflação, pois o diferencial de juros brasileiro favorece a entrada de dólares no País e pressiona ainda mais a cotação da moeda.
E se a gente não avança nas agendas de competitividade em uma velocidade adequada para enfrentar essa concorrência, o quadro se torna mais preocupante”,
completou.

Mais aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário