(É preciso ficar bem claro que o crescimento industrial do ano passado, alardeado nos noticiários, se dá sobre um encolhimento de 7% em 2009.)
Leia artigo de Rogério César de Souza, economista-chefe do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), publicado hoje na Folha.
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O crescimento de 10,5% da produção industrial brasileira em 2010 mais esconde do que revela o que, de fato, ocorreu com a indústria.
Ao desagregar os dados, observa-se, ao longo do ano de 2010, um comportamento de perda de ritmo ou mesmo de recuo em todos os setores.
Ou seja, o mau momento vivido pela indústria é geral.
E mais: na comparação com o patamar de setembro de 2008, quando do agravamento da crise internacional, a produção de dezembro de 2010 é 2,4% menor.
Passaram-se mais de dois anos, e a indústria fechou 2010 com num nível de produção inferior ao visto naquele mês.
Esses resultados indicam que há uma evidente perda de competitividade de se produzir no Brasil.
O país é caro para produzir (e ainda mais para produzir para o exterior), e os fatores que explicam isso são conhecidos: altas taxas de juros dos empréstimos domésticos para capital de giro; pesada carga tributária e ausência de fontes voluntárias de financiamento de longo prazo para investimentos.
Além de excesso de tributos que o exportador nacional ainda carrega nas vendas externas, encargos trabalhistas elevados, infraestrutura insuficiente ou precária e, por fim, mas não menos importante, níveis de taxas de juros e câmbio absolutamente fora do lugar.
E quanto a 2011?
O que se pode afirmar é que a situação da indústria nacional só mudará se esses fatores forem enfrentados, desde já, com mais firmeza, juntamente com maiores esforços para aumentar a produtividade das empresas brasileiras.
As perspectivas, como se vê, não são as melhores.
Mais aqui.
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