terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A herança maldita sem aspas

Por Augusto Nunes

“Nós assumimos um país com a inflação fora de controle”, recitou Dilma Rousseff ao longo da campanha eleitoral, depois de decorar aplicadamente outra lição que Mestre Lula ensinou.
Falso.
A inflação andou regurgitando no fim de 2002 em consequência da inquietação causada pela histórica irresponsabilidade do PT, mas em nenhum momento os índices assumiram dimensões perturbadoras.
O dragão enjaulado pelo Plano Real continuou dormindo profundamente.

“Graças ao governo Lula, vou assumir um país com a economia sem problemas”, deu de declamar Dilma depois de eleita.
Falso.
Como demonstra a reportagem de capa de VEJA, a taxa anual registrada pela inflação em janeiro avisa que a fera ameaça acordar de um sono de 17 anos.
O índice oficial de 6.5% já era preocupante.
Vê-se agora que a realidade camuflada pelas contas federais é alarmante.

O quilo da carne, o quilo do feijão, o ingresso nos estádios de futebol, os gastos com transportes — é extensa e incontestável a lista dos itens que decolaram espetacularmente no período de 12 meses.

O país pode descobrir mais cedo do que imaginava que Dilma recebeu de Lula o que Lula fingiu ter recebido de Fernando Henrique Cardoso.
A “herança maldita” de FHC só existiu na discurseira oportunista do chefe da seita e seus devotos.

Dilma vai saber o que é lidar com uma herança maldita sem aspas.

Se não sabia de nada, foi uma gerente-geral inepta.
Se sabia de tudo, mentiu.
E terá de administrar o legado sozinha.

Não adianta pedir ajuda ao padrinho.
Ele mora no Brasil Maravilha que registrou no cartório.

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