Por Reinaldo Azevedo
O ex-presidente sentiu cheiro de carne queimada e resolveu atuar.
Criticou as centrais sindicais, que querem rever o acordo do salário mínimo que elas próprias fecharam com o governo.
É claro que, em si, é mesmo um absurdo.
Essa gente toda é base do PT e funcionou como esbirro da candidatura Dilma Rousseff.
Sabia muito bem qual era a regra.
Dilma está na fase, como disse, de acenar para aquilo que os petistas chamam “conservadores”.
O partido é sempre assim em inicio de governo.
Trata-se de uma tentativa de ganhar apoio dos mercados.
Com ar grave, dizem então: “Olhem como são responsáveis!”
O fato é que o governo está passando um aperto danado por causa da gastança dos dois últimos anos de governo Lula — aqueles rumo à boca da urna.
A irresponsabilidade elegeu Dilma; agora é preciso afetar responsabilidade para governar.
Aqui e ali, as centrais ensaiavam o discurso de que, “com Lula, seria diferente”, tentando criar contradição onde não existe.
A unidade petista
A questão do salário mínimo e das centrais sindicais demonstra que o PT não arma ciladas para si mesmo.
É importante para Dilma endurecer o discurso com as centrais — até porque o governo só está fazendo o que foi combinado com elas.
E é fundamental que não se criem falsas oposições entre o “jeito Dilma” e o “jeito Lula” de governar, especialmente porque este é apenas o 38º dia de titularidade da presidente.
Nesse tempo, já se inventou a figura da Rainha Dilma Primeira, virtuosamente Muda, e já se ensaiou uma mudança na política externa.
Hora de apostar na união.
Fossem os tucanos, estariam se estapeando.
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