Fábio Vasconcellos e Rafael Galdo, O Globo
Uma tragédia anunciada.
Integrantes das escolas da Cidade do Samba já haviam informado à prefeitura problemas no sistema de água para o combate a incêndios do complexo que abriga 12 agremiações e que foi parcialmente destruído na segunda-feira.
Em novembro de 2010, as escolas enviaram um relatório para a RioUrbe, no qual descreviam a falta de água nos sprinklers (sistema de combate a incêndio).
A RioUrbe confirmou [ontem] que recebeu o documento e que, após várias reuniões com a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), o consórcio que ergueu o empreendimento, formado pelas construtoras Delta e Oriente, realizou os reparos há cerca de 20 dias.
A Delta não quis comentar o caso.
O relatório da Liesa foi produzido após um princípio de incêndio num dos barracões há cerca de um ano.
Um integrante da diretoria de uma grande escola, que pediu para não ser identificado, contou que os funcionários da Cidade do Samba chegaram a acionar os sprinklers, mas não havia água no sistema.
A falta d'água, que já teria ocorrido outras vezes, em diferentes agremiações, foi comunicada à Liesa, que comunicou à RioUrbe e pediu que o problema fosse sanado.
Na segunda-feira, outros funcionários de duas escolas diferentes já haviam dito que, há pelo menos dois anos, os sprinklers também não funcionavam automaticamente e que tinham que ser acionados manualmente.
Na terça [ontem], os bombeiros informaram que será preciso reformular todo o sistema de sprinklers, com aumento da pressão e da capacidade de vazão da água.
Integrantes das agremiações também já teriam manifestado a preocupação em relação ao fato de alguns barracões serem separados apenas por uma parede, como ocorria entre os barracões da Liesa, da União da Ilha, da Portela e da Grande Rio, atingidos pelo fogo desta semana.
Segundo esses mesmos integrantes, desde a construção da Cidade do Samba, em 2005, eles temiam que a proximidade dos barracões poderia facilitar a propagação de um possível incêndio.
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