A Bela e a Fera

Chico Caruso

Em tempos de multiculturalismos e pluralismos, não podemos prestar homenagens, como as que acontecem no Dia Internacional da Mulher, dentro de um mesmo contexto.
Que mulher representa a sociedade feminina?
Realmente aquelas que têm projeção na midia?
As imagens fabricadas, estilos produzidos pelo marketing, isso reflete a realidade ou provoca frustação naquelas que não se enquadram em determinados perfis?

A superficialidade está em destaque, geralmente para encobrir o lado negativo ou para desmerecer quem resiste às condições impostas pelos criadores de modismos.
A mulher submissa, que topa qualquer parada, passa a ideia de que é desejada e inspira as inseguras a seguirem pelo mesmo caminho.
Às grosseiras atribui-se a marca de duronas, como se isso fosse sinônimo de liderança e competência.
Que postura ultrapassada!
Esse mito já se desfez até entre os homens, a liderança moderna implica em contribuir na valorização e promoção de toda a equipe, o reconhecimento da importância de cada um.
Quem precisa destruir a liderança alheia para comandar não é líder, é tirano, seja homem ou mulher.

Pena que a verdadeira mulher em sua essência, doce, guerreira, intuitiva, meiga e outras características que tentam desqualificar, não tenha a visibilidade que merece.
Nós, mulheres, não podemos ficar à deriva, seguindo a onda dos outros, sabe-se lá com que intenções.
Precisamos fazer uma reflexão profunda sobre o que queremos, não nos limitando a acompanhar as influências externas, a não ser que seja para servir como referência.

No meu caso, não citaria nem a bela nem a fera, com todo o respeito, mas essas estão mais de acordo com os interesses masculinos do que com os nossos.

Eu registro AQUI a eterna homenageada neste blog.