Embrapa: Dilma e Eduardo Campos vão atuar como coveiros da ciêcia?
É o que vamos ver
Por Reinaldo Azevedo
O governo Dilma se esforça para demonstrar que não tem compromisso com certo obscurantismo.
Ok.
Na Embrapa, hoje, trava-se uma luta entre as luzes e a escuridão, entre a ciência e o preconceito.
E cabe ao governo tomar uma atitude antes que vençam os brucutus.
A questão também diz respeito ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que investe na imagem de um político moderno.
É mesmo?
Numa decisão destrambelhada, a direção da Embrapa decidiu extinguir a área de Gestão Territorial Estratégica (GTE) da Embrapa Monitoramento por Satélite, com a demissão arbitrária de seu supervisor, o cientista Cláudio Spadotto.
Dada a forte reação contrária dos setores ligados à agricultura, dos usuários e clientes do GTE na área pública e privada e de todos que se interessam pela liberdade e pela premiação da competência, agora a diretoria da empresa tenta voltar atrás dando dois passos para a frente.
Nota importante: o GTE monitora obras do PAC.
O presidente da Embrapa, Pedro Arraes, está propondo rever o novo regimento da Embrapa de Campinas — onde está, ou estava, o GTE —, e criar um factóide: um certo núcleo de gestão territorial, que ficaria sob o mando da chefia de pesquisa, sem nenhuma autonomia.
Eu me refiro à autonomia científica.
Estamos diante de uma maquiagem de atos administrativos para acobertar a decisão de exterminar uma equipe cuja competência ninguém, NINGUÉM MESMO!, contesta.
A única coisa razoável a fazer, a esta altura, seria criar um Serviço de Gestão Territorial Estratégica em Campinas.
Teria de ser uma nova unidade de serviços, que não estivesse subordinada à gestão e à ingerência desastrada do Sr. Mateus Batistella, um adversário declarado do agronegócio.
O problema não diz respeito só à pesquisa, não!
Trata-se também da aplicação dos resultados disponíveis em inovações que colaborem para o progresso dos usuários públicos e privados dos serviços prestados pelo GTE — inclusive o agronegócio, sim!
Para que os fazendeiros fiquem mais ricos?
Não!
Para que produzam mais comida — e mais barata!
E é o que se vinha fazendo na gestão de Cláudio Spadotto.
O baguncismo está tomando conta da Embrapa.
Três diretores da empresa estão com os respectivos mandatos vencidos.
O processo de escolha dos novos, ocorrido no início deste ano, apresentou tantos vícios que foi parar na Casa Civil.
Pedro Arraes poderia cuidar dessas questões.
Em vez disso, tenta desarticular o trabalho de gente séria, que tem se mostrado essencial à agricultura brasileira.
E o governador Eduardo Campos com isso?
É parente de Pedro Arraes, que preside a Embrapa com o apoio do PSB.
Se o serviço acabar, Campos vira um coveiro associado da ciência.
Arraes proibiu no mês passado cientistas da Embrapa, ligados ao GTE, de participar de debates sobre o Código Florestal.
Por quê?
Porque AS IMAGENS, OS FATOS E OS DADOS NÃO CORROBORAM AS TESES DOS ECOLOGISTAS DO APOCALIPSE.
Assim, se a ciência vai contra os preconceitos, acabe-se com a ciência, ora essa, e viva o preconceito!
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