Cortar R$ 6,5 bilhões só em fraudes?
Então isso não é um caso de política, mas de polícia!
Por Reinaldo Azevedo
Parece que “corte de gastos” é um valor em si.
Ora, só se faz quando necessário, certo?
No caso em questão, o que determina o aperto de agora é a farra de antes.
Mas a coisa ainda está um tanto confusa.
E aqueles que costumam pôr preço na confusão comentavam ontem que:
a) o governo parece estar batendo cabeça;
b) o corte não chega a R$ 50 bilhões nem debaixo de porrete;
c) no que haverá de cortes, PAC e obras sociais serão afetados.
Bem, até aí…
Mas espantoso mesmo é que não se aponte o óbvio: na ânsia de mover os tanques para dar a impressão de estar fazendo alguma coisa, o governo promete fazer uma auditoria em si mesmo.
Para o seguro-desemprego, estão orçados R$ 30 bilhões, e o governo pretende cortar R$ 3 bilhões!
Há a possibilidade de 10% dos recursos do seguro-desemprego irem para a sem-vergonhice?
O próprio governo considera que o seguro-desemprego, controlado pelo Ministério do Trabalho, é uma cornucópia de fraudes.
Informa hoje o Estadão:
“A investigação [do TCU] informa que a ausência de um sistema de cruzamento dos dados fornecidos pelo suposto desempregado com informações oficiais prejudica a fiscalização.
A auditoria pede o aperfeiçoamento do software do seguro-desemprego. Os auditores mencionam, por exemplo, a falta de confiabilidade nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), usado pelo governo como ferramenta do seguro-desemprego.”
No total, R$ 6,5 bilhões viriam só do combate às fraudes.
Bem, das duas uma: ou esse volume é uma fantasia, ou é preciso chamar a Polícia — no caso, a Federal.
E ela deve começar investigando o Ministério do Trabalho.
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