Por Augusto Nunes
Composto por 37 ministros de Estado e chefes de secretarias especiais com status de ministro, o mamute federal acaba de engordar mais algumas arrobas.
Neste fim de semana, a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação da Secretaria Especial de Aviação Civil.
O comandante da inutilidade burocrática, ainda não escolhido oficialmente, será o 38° ministro.
E há mais dois a caminho.
O governo americano, por exemplo, funciona muito bem com 15 secretarias de Estado.
Na China, onde os tentáculos do polvo estatal alcançam até o botequim da esquina, os ministérios são 27.
O Brasil tem o mais obeso primeiro escalão do planeta, mas Dilma acha que é pouco.
Além do pai-da-pátria que vai administrar o tráfego aéreo, decidiu que o time bisonho precisa de um ministro das Pequenas e Médias Empresas e um chefe (com status de ministro) da Secretaria Especial de Irrigação.
Ambos entrarão em campo até junho.
Como entender uma presidente que, enquanto promete cortar R$ 50 bilhões do Orçamento, aumenta a gastança com invencionices perdulárias?
Por que não encarrega o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio de cuidar das pequenas e médias empresas?
Por que não deixa a Aviação Civil por conta de um Ministério dos Transportes que funcione?
Por que não inclui a irrigação entre as atribuições do Ministério da Agricultura?
Além da necessidade de arranjar emprego para sócios insaciáveis, a explicação talvez esteja no número cabalístico.
A maior (e mais voraz) das quadrilhas federais, desbaratada em junho de 2005, juntou os 40 do mensalão.
Em junho deste ano, o maior (e pior) dos ministérios da história republicana terá chegado a 40 integrantes.
No Brasil que Lula inventou e Dilma preside, o bando ideal tem esse tamanho porque 40 é muito mais que uma cifra.
É cicatriz, estigma, marca de nascença e destino.
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