"IMPERDÍVEL"!!!
A Revista Época obteve o relatório final da Polícia Federal sobre o caso do mensalão.
Ele revela que o dinheiro usado por Marcos Valério veio dos cofres públicos e traz novas provas e acusações contra dezenas de políticos
Diego Escosteguy.
Com Mariana Sanches, Murilo Ramos, Humberto Maia Junior, Danilo Thomaz, Marcelo Rocha, Andrei Meireles e Leonel Rocha
Mais de cinco anos depois, a polícia concluiu a investigação sobre o maior escândalo de corrupção do governo Lula.
Era uma vez, numa terra não tão distante, um governo que resolveu botar o Congresso no bolso.
Para levar a cabo a operação, recorreu à varinha de condão de um lobista muito especial, que detinha os contatos, os meios e o capital inicial para fazer o serviço.
Em contrapartida, o lobista ganharia contratos nesse mesmo governo, de modo a cobrir as despesas necessárias à compra.
Ganharia também acesso irrestrito aos poderosos gabinetes de seu cliente, de maneira a abrir novas perspectivas de negócios.
Fechou-se o acordo – e assim se fez: o lobista distribuiu ao menos R$ 55 milhões a dezenas de parlamentares da base aliada do governo.
O governo reinou feliz para sempre.
Mas somente por dois anos.
Há seis anos, em junho de 2005, pela voz do vilão e ex-deputado Roberto Jefferson, a fantástica história do maior escândalo de corrupção já descoberto no país, conhecido como mensalão, veio a público.
O governo quase ruiu.
Seu líder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que “devia desculpas” ao país.
Os dirigentes do PT, o partido responsável pelo negócio com o lobista, caíram um após o outro, abalroados pelas evidências de que, não, aquela não era uma história de ficção: era tudo verdade.
Sobrevieram as investigações de uma CPI (a última que chegou a funcionar efetivamente no país) e a enfática denúncia do procurador-geral da República, que qualificou o grupo como uma “organização criminosa”, liderada pelo primeiro-ministro informal desse governo, o petista José Dirceu.
A realidade dos fatos abateu-se sobre as lideranças do partido.
Tarso Genro, um deles, falou em refundar o partido.
Lula pediu desculpas mais uma vez.
O então deputado José Eduardo Cardozo reconheceu que houve mensalão, e que era preciso admitir os fatos.
*
A investigação da PF dissolve incertezas – e faz isso com muitas, muitas provas.
Derrubam-se, assim, os mitos que setores do PT tentaram impor à opinião pública.
O mensalão não foi uma farsa.
Não foi uma ficção.
Não foi “algo feito sistematicamente no Brasil”, como chegou a dizer o ex-presidente.
O mensalão, como já demonstravam as investigações da CPI dos Correios e do Ministério Público e agora se confirma cabalmente com o relatório da PF, consiste no mais amplo (cinco partidos, dezenas de parlamentares), mais complexo (centenas de contas bancárias, uso de doleiros, laranjas) e mais grave (compra maciça de apoio político no Congresso) esquema de corrupção já descoberto no país.
O significado político e, sobretudo, simbólico do fim desse debate é enorme – e pode alterar os rumos do processo do mensalão no STF, que até o momento tendia para uma vagarosa morte jurídica.
Vejam as revelações bombásticas AQUI.
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