Por Alberto Goldman
Era necessário para a vitória do candidato do Lula: ampliação do crédito para permitir maior compra de bens e serviços por parte de uma parcela da população, maiores despesas com os salários dos servidores públicos federais, com os programas assistenciais e com investimentos dirigidos para a base política do governo, aumento da taxa de juros para evitar que a inflação disparasse ainda no período eleitoral e, no mínimo, omissão quanto à valorização do real, à medida em que ela contribuiria para incentivar a importação de produtos industrializados como instrumento de combate à mesma (inflação).
Os resultados eleitorais esperados se concretizaram.
Os resultados econômicos, que terão outras consequências, começam a aparecer.
A inflação ameaça fugir do controle e das metas estabelecidas fazendo o governo a elevar os juros pagos por seus papéis.
Isso atrai capitais estrangeiros, inclusive de empresas que já atuam no país, não para a produção, mas para obter lucros fáceis e rápidos na aplicação em papéis da nossa dívida pública, o que amplia a nossa dívida interna e aumenta o nosso dispêndio em juros pagos aos aplicadores.
A entrada de dólares no país derruba o preço do dólar e valoriza o real, dificulta as exportações de produtos industriais e incentiva as suas importações, abalando fortemente a indústria nacional e a sua capacidade de investir e empregar.
Nas relações com o agora maior parceiro comercial, a China, vendemos produtos primários e manufaturas intensivas em produtos naturais e compramos produtos de alta tecnologia.
O crescimento do produto interno bruto que havia sido superior a 7% no ano eleitoral, irá nesse ano para ao redor de 4%.
Caminhávamos para ser um país industrial, com inovação e tecnologia em alta.
Agora caminhamos para voltar a ser um país exportador de produtos primários e de baixo valor agregado.
Custo muito alto para o país a eleição da presidente Dilma Roussef.
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